Dia de equilibrar os pratos! Hoje, o Ibovespa (IBOV) zerou as perdas da semana com uma leve alta de 0,27%, encerrando a quarta-feira (11) aos 134.676,75, um ganho de 357,17 pontos. O índice foi apoiado pelo movimento das commodities e a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos. 

Esse desempenho reflete a alternância de resultados que o índice vem apresentando desde 5 de setembro, com o fechamento de hoje sendo o quinto consecutivo sem repetição em relação ao dia anterior. Ou seja: dias de luta, dias de glória… 

Quem vem enfrentando a mesma situação é o dólar comercial, que subiu ontem, mas fechou em baixa hoje, a R$ 5,64. Já os juros futuros (DIs) fecharam mistos.

A oscilação da Bolsa brasileira espelha a incerteza que tem marcado o comportamento dos investidores recentemente. Nesta quarta, as dúvidas persistiram, com o cenário interno trazendo boas notícias, enquanto o externo não favoreceu tanto.

Movimentações no Brasil

Em terras brasileiras, o setor de serviços surpreendeu positivamente, com um crescimento de 1,2% em julho em relação a junho, após uma alta de 1,7% no mês anterior. Na comparação anual, com julho de 2023, o crescimento foi de 4,3%. Esses números estão fazendo os economistas reavaliar suas previsões, sugerindo que a desaceleração da atividade econômica no terceiro trimestre de 2024 pode ser menor do que o inicialmente esperado.

Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou hoje que o governo revisará para cima a projeção oficial de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, estabelecendo um novo patamar de pelo menos 3%. Ele descreveu esse valor como um “piso” que está “praticamente contratado”.

“Algo bastante consistente, 3% de crescimento, talvez até um pouco mais. Nós devemos divulgar esta semana, mas eu acredito que o piso de 3% já está praticamente contratado”, afirmou Haddad, explicando que a atividade também deve impactar positivamente a arrecadação tributária.

Diante de um período de seca e queimadas intensas no país, o ministro da Fazenda ressaltou que a inflação é uma preocupação, especialmente devido aos impactos dos eventos climáticos sobre os preços de alimentos e energia.

Vale lembrar que a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontecerá daqui uma semana. O ministro acrescentou que os efeitos das questões climáticas deste ano “não se resolvem com juros” e elogiou o Banco Central, destacando que a instituição possui uma equipe técnica sólida para tomar as melhores decisões.

Cenário internacional

As bolsas dos Estados Unidos passaram por volatilidade ao longo do pregão, mas encerraram em alta com a recuperação das ações de tecnologia.

Após o debate entre Donald Trump e Kamala Harris, os investidores focaram nos dados de inflação. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) avançou 0,2% em agosto, conforme esperado, e acumulou uma alta de 2,5% no ano, ligeiramente abaixo das projeções do mercado.

No entanto, o núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e combustíveis, subiu 0,3% no mês, superando as expectativas, e registrou um aumento de 3,2% na comparação anual.

Com o CPI alinhado com as previsões e uma leve aceleração no núcleo do índice, o mercado aumentou as expectativas de um corte de 25 pontos-base nos juros dos Estados Unidos na próxima reunião do Federal Reserve. 

Atualmente, há 85% de chance de que o banco central reduza os juros para a faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group. A probabilidade de um corte de 50 pontos-base é de 15%.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) se reunirá entre 17 e 18 de setembro.

Vale dispara e faz Ibovespa subir

Na B3, a Vale (VALE3) teve um desempenho positivo e ajudou a impulsionar o Ibovespa. A ação subiu 2,84% após a mineradora elevar sua previsão de produção de minério de ferro para este ano, além da alta do minério de ferro na China, que contribuiu para o otimismo.

Já a Petrobras (PETR4) teve um dia mais instável, alternando entre alta e baixa, e terminou com uma queda de 0,11%, apesar da valorização do petróleo internacional. Em contraste, a Brava (BRAV3) subiu 5,03% após receber uma licença para o FPSO Atlanta.

A Eletrobras (ELET3) também teve um dia volátil, mas acabou fechando com alta de 0,41%. A expectativa é de que um acordo sobre o poder de voto da União na empresa seja fechado em breve, o que mantém o Itaú BBA otimista.

Os bancos tiveram desempenhos mistos, com o BB (BBAS3) subindo 0,03%, o Bradesco (BBDC4) caindo 1,14% e o Itaú Unibanco (ITUB4) registrando uma alta de 0,19% nos minutos finais. No setor de varejo, mesmo com a queda dos DIs, Lojas Renner (LREN3) subiu 2,66%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,53%.

A B3 (B3SA3) sofreu uma queda significativa de 2,49%, após o Bank of America cortar sua recomendação para neutra. A IRB (IRBR3) também teve um dia ruim, com uma baixa de 4,61% após o JPMorgan reduzir sua recomendação de neutra para underweight.

Amanhã, o mercado estará atento aos dados de inflação nos EUA, com a divulgação do PPI (índice de preços ao produtor), e à decisão sobre a taxa de juros do Banco Central Europeu. A expectativa é de mais movimentação no mercado, que continua em alta tensão.

Maiores altas do dia na Bolsa (11)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
YDUQ3+8,0310,49
COGN3+6,721,43
CRFB3+6,199,60
BRAV3+5,0322,53
PCAR3+4,753,09

Maiores baixa do dia na Bolsa (11)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
IRBR3-4,6145,98
BRFS3-2,6823,97
CXSE3-2,5815,12
B3SA3-2,4912,13
BPAC11-1,9534,61

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
 🇧🇷 Bovespa 134.676,75+357,17+0,27
 🇧🇷 USD/BRL 5,6498– 0,0055– 0,11
 🇺🇸 S&P 5005.554,13+58,61+1,07
Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.