IBOV fecha em queda, puxado por baixa da Vale e Petrobras; dólar também cai
O IBOV encerrou o dia com uma leve queda de 0,21%, aos 132.730,36 pontos, com uma perda de 279,42 pontos. No entanto, acumulou um ganho semanal de 1,27%, o melhor desempenho em cinco semanas.
A sexta-feira (27) chegou trazendo um alívio após uma semana intensa, marcada por vários dados de inflação e do mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, além das recentes decisões de bancos centrais.
O IBOV encerrou o dia com uma leve queda de 0,21%, aos 132.730,36 pontos, com uma perda de 279,42 pontos. No entanto, acumulou um ganho semanal de 1,27%, o melhor desempenho em cinco semanas, superado apenas pela alta de 2,56% registrada entre 12 e 16 de agosto.
O dólar comercial caiu 0,12%, cotado a R$ 5,43, marcando a segunda queda consecutiva. Segundo Caio Megale, economista-chefe da XP, a evolução do câmbio será fundamental para determinar o futuro da Selic. Já os DIs (juros futuros) apresentaram alta ao longo de toda a curva.
O dado mais aguardado do dia foi o índice de preços de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), utilizado pelo Federal Reserve como guia para sua política monetária. No entanto, os números não trouxeram grandes surpresas ao mercado.
Nos EUA, os investidores terminaram o dia divididos: o Dow Jones subiu 0,3%, enquanto o Nasdaq recuou 0,4%, e o S&P 500 fechou com uma leve queda.
Panorama no Brasil
No Brasil, além do PCE dos EUA, os investidores tinham outros dados econômicos relevantes para analisar, com destaque para surpresas positivas no mercado de trabalho. A taxa de desemprego caiu para 6,6% no trimestre de junho a agosto de 2024, indicando um cenário de aquecimento. O Itaú BBA comentou que “os dados continuam a apontar para um mercado de trabalho apertado”.
Além disso, o país registrou a abertura de 232.513 vagas formais de emprego em agosto, conforme dados do Caged, representando um aumento de 0,49% em relação ao mês anterior. O presidente Lula celebrou o resultado em uma rede social, dizendo: “vão dizer que é sorte, mas é só trabalho.”
No entanto, o aumento da dívida pública segue como uma preocupação. O uso crescente de recursos fora do teto de despesas, como para o combate às queimadas, o pagamento de precatórios e o crédito subsidiado, juntamente com a alta dos juros, tem gerado alertas no mercado, conforme relatado pelo jornal O Globo.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também expressou preocupação com o impacto do crescimento mais lento da China, que pode influenciar os preços das commodities e afetar economias emergentes, como a brasileira.
Altas e quedas do Ibovespa
Nesse balaio todo, o sextou na Bolsa paulista não inspirou muitas comemorações. A queda veio com Vale (VALE3) interrompendo quatro sessões seguidas de ganhos amplos, para perder 0,45%, embora possa alardear que na semana subiu mais de 11%. E veio também com Petrobras (PETR4), que perdeu 0,39%, depois de muito oscilar, se descolando dos ganhos do petróleo internacional.
O petróleo hoje tem pouco a ver com as altas de Brava (BRAV3), com 4,53%, e PRIO (PRIO3), com mais 2,20%. A recuperação de ambas as companhias foi motivada pelo desenrolar de eventos importantes: a Brava firmou parceria no campo de Atlanta e Oliva, enquanto sua rival, a PRIO, anunciou a compra de uma fatia da chinesa Sinochem no campo de Peregrino por R$ 10,4 bilhões.
Os bancos equilibraram a conta também. De um lado, BB (BBAS3) e Santander (SANB11) perderam 0,84% e 0,80%. Do outro, Bradesco (BBDC4) evitou uma queda maior do Ibovespa e subiu 0,88%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou 0,38%.
O sobe-e-desce desta sexta-feira refletiu bem o que foi essa semana de boas notícias e outras nem tanto. Foi puxado, então é bom dar aquela sextada marota, porque semana que vem tem mais, com inflação na zona do euro (terça-feira), relatório JOLTs de empregos nos EUA (terça), produção industrial no Brasil (quarta) e o temido payroll nos EUA, o relatório mais importante sobre o mercado de trabalho local (sexta).
Maiores altas do IBOV nesta sexta (27)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
AZUL4 | +6,06 | 5,95 |
SLCE3 | +5,84 | 18,66 |
CRFB3 | +5,45 | 9,28 |
BRAV3 | +4,53 | 17,78 |
PETZ3 | +4,25 | 4,91 |
Maiores baixas do IBOV nesta sexta (27)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação(R$) |
CMIN3 | -4,03 | 6,91 |
EMBR3 | -3,71 | 48,27 |
USIM5 | -2,19 | 6,24 |
RADL3 | -2,17 | 25,70 |
VBBR3 | -1,99 | 23,62 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 132.730 | −279,42 | -0,21 |
🇧🇷 USD/BRL | 5,4361 | -0,0012 | -0,16 |
🇺🇸 S&P 500 | 5.738,17 | −7,20 | -0,13 |