Fundos de ações com dividendos crescem em 2025; veja os destaques

Fundos de ações com foco em dividendos lideram ganhos em 2025, com retornos de até 30%. Veja os mais rentáveis

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Última atualização:  01 de jul, 2025 às 00:08
Fundos de ações com dividendos crescem em 2025; veja os destaques

Os fundos de ações com estratégia voltada à distribuição de dividendos têm apresentado desempenho expressivo em 2025, impulsionados pela recuperação do Ibovespa — que acumula alta de 13% no ano — e pelo bom momento de setores como bancos, energia e commodities.

Dados da Economatica, compilados a pedido de analistas de mercado, revelam que os principais fundos da categoria entregaram retornos entre 20% e 30% até junho.

Esses resultados refletem a retomada do apetite por ativos de risco no Brasil, em um cenário de queda nos juros futuros e maior fluxo de capital estrangeiro. Diferente do padrão internacional, onde predominam empresas de tecnologia com crescimento acelerado, os fundos brasileiros priorizam empresas maduras e com histórico robusto de pagamento de proventos.

Fundos de ações com dividendos: perfil e características

Fundos de dividendos são construídos com foco em ações de empresas que têm tradição em distribuir lucros aos acionistas. Essa característica os torna atrativos para investidores que buscam renda passiva com regularidade, mesmo com a volatilidade natural da renda variável.

Os melhores fundos de ações em 2025

NomeRetorno em 2025*Prêmio em relação ao CDIVolatilidade em um ano (17% é moderada/alta)
Paraty Classe de FIF Ações – Resp Limitada32,1%533,2%17,5%
Tijuca Classe de FIF Ações – Resp Limitada31,7%528,1%17,5%
Classe Única de Cotas do Empiricus Dividendos Fund28,0%466,5%17,4%
ARX Income Master FIA25,1%416,8%16,7%
ARX Income FICFI Financeiro em Ações – Responsabil23,3%388,4%16,6%
BB Top Ações Dividendos Midcaps FI Financeiro Resp23,0%382,1%17,7%
ARX Income Ágora FI Financeiro22,7%378,3%16,5%
ARX Income Inst Fc FIA22,6%376,3%16,5%
Bram H FI Ações Dividendos21,5%357,0%14,5%
Trópico Ações FI Financeiro em Ações21,4%355,5%14,3%
*Dados até o dia 19 de junho
Fonte: Economática

Esses fundos adotam abordagens diferentes — algumas combinam estratégias de valor com dividendos, outras operam de forma sistemática. O denominador comum é o foco em papéis com liquidez, governança e histórico de distribuição constante.

O que impulsionou a performance dos fundos de ações em 2025?

Com o recuo nas expectativas de inflação e a queda na curva de juros, empresas com perfil mais defensivo ganharam tração. O cenário beneficiou as chamadas “vacas leiteiras”, termo usado por gestores para descrever empresas maduras com capacidade de gerar caixa e distribuir dividendos regularmente.

Segundo gestores ouvidos pelo mercado, o desempenho positivo também decorre de uma base comparativa depreciada. Em 2024, muitas dessas ações estavam descontadas, o que ampliou o potencial de valorização em 2025.

Tributação: ponto crítico na escolha entre fundos e carteira própria

Apesar dos dividendos recebidos pelos fundos de ações serem isentos de tributação, os cotistas não acessam esses recursos diretamente. Os proventos são reinvestidos e refletidos na valorização das cotas, que só se tornam lucro tributável no momento do resgate. Esse detalhe pode reduzir a eficiência tributária para quem deseja viver de renda com dividendos recorrentes.

Por outro lado, investidores que optam por montar carteiras próprias de ações recebem os dividendos diretamente na conta vinculada ao seu CPF, sem incidência de Imposto de Renda.

Fundos ou carteira individual: qual modelo é mais eficiente?

A escolha entre fundos e carteiras individuais depende do perfil e dos objetivos do investidor:

  • Carteiras próprias favorecem quem deseja complementar a renda mensal com proventos isentos.
  • Fundos tendem a ser mais práticos para quem prioriza reinvestimento e visão de longo prazo, ainda que o IR incida sobre o ganho de capital no resgate.

ETFs de dividendos: praticidade com as mesmas regras de tributação

Os ETFs de dividendos, como o DIVO11, também seguem o modelo de reinvestimento automático dos proventos recebidos pelas empresas da carteira. Assim como nos fundos tradicionais, não há repasse direto ao investidor, e o ganho só é realizado na venda da cota, momento em que o imposto sobre lucro é calculado.

Apesar da ausência de repasse direto dos dividendos, os ETFs são buscados por sua diversificação instantânea e custos operacionais reduzidos, sendo alternativas viáveis para quem busca exposição ao mercado com praticidade.

Fundamentos e contexto importam mais que retorno pontual

Embora os resultados recentes dos fundos de ações de dividendos sejam expressivos, especialistas recomendam que investidores observem o desempenho histórico de longo prazo, a consistência dos gestores e o alinhamento com seus próprios objetivos financeiros.

A estratégia pode ser complementar a outros produtos da carteira, especialmente para quem busca estabilidade e geração de caixa mesmo em períodos de incerteza econômica.

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.