O ministro da Fazenda detalhou três principais iniciativas que visam transformar a exportação no carro-chefe da economia nacional. Em primeiro lugar, Haddad enfatizou a reforma tributária em curso. Esta reforma busca eliminar a cumulatividade de impostos sobre exportações, que tem sido um obstáculo significativo para a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional.

A reforma tributária é esperada para reduzir o custo das mercadorias e promover um ambiente de negócios mais favorável. Haddad afirmou que a reforma pode aumentar o crescimento econômico de 2,5% para 3,5% ao ano, proporcionando um ganho de produtividade estimado em 10% do PIB nos próximos anos.

Em segundo lugar, o ministro abordou a questão do crédito para exportação. O governo está introduzindo novos instrumentos financeiros e estratégias para facilitar o financiamento das exportações. Isso inclui a criação de mecanismos inovadores que visam reduzir o custo do crédito para os exportadores e diversificar as fontes de financiamento disponíveis.

Haddad destacou que, apesar da previsão de redução das taxas de juros nos Estados Unidos, o Brasil está buscando diversificar suas fontes de financiamento para garantir condições vantajosas para as empresas brasileiras.

A terceira iniciativa mencionada por Haddad envolve a reestruturação da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF). A agência, que estava na lista de privatizações do governo anterior, está sendo revitalizada para oferecer garantias robustas às exportações brasileiras. Essa reformulação tem como objetivo principal apoiar pequenos e médios exportadores, que historicamente têm uma participação menor no mercado internacional.

Haddad também fez uma crítica ao modelo de substituição de importações, afirmando que este já está ultrapassado. O ministro argumentou que o Brasil precisa se reinventar como uma plataforma de exportação para se adaptar às novas tecnologias e à necessidade de uma transição ecológica. Este reposicionamento estratégico é visto como essencial para a competitividade global do país.

O ministro ressaltou que a adoção de uma abordagem orientada para exportação permitirá ao Brasil expandir seu mercado de forma significativa, passando de um foco de 200 milhões de consumidores internos para um mercado global de 8 bilhões de consumidores. Essa visão é semelhante à abordagem adotada por países como Coreia, Alemanha e China.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.