O ex-assessor de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, fez publicações em suas redes sociais nesta quarta-feira (30) anunciando que pretende divulgar informações sigilosas sobre os bastidores do gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, essas revelações devem expor a atuação de Moraes nos bastidores da Justiça Eleitoral brasileira, principalmente durante sua passagem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A declaração ganhou repercussão imediata após Tagliaferro afirmar que teve sua vida “destruída” e prometer apresentar ao público “quem é Alexandre de Moraes”. Atualmente, ele reside na Itália e alega estar reunindo material para tornar públicas essas informações.

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Ameaças públicas e insinuações de favorecimento político

Em uma série de postagens enigmáticas, o ex-assessor de Alexandre de Moraes sugeriu que irregularidades ocorreram dentro do gabinete do ministro durante o período em que esteve à frente da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. Sem apresentar provas, afirmou que notou um padrão de atuação que supostamente favorecia denúncias contra a direita política, enquanto temas relacionados à esquerda não teriam a mesma prioridade.

“Só entravam coisas de direita no gabinete e nada de esquerda. Isso me chamou muito a atenção”, escreveu o ex-assessor.

Ele também alegou ter se deparado com situações que classificou como “fraudulentas” e que, ao começar a questionar, teria enfrentado represálias internas. De acordo com ele, essas experiências o motivaram a romper com o silêncio e a tornar as informações públicas.

Histórico profissional e vínculo direto com Moraes

Eduardo Tagliaferro é engenheiro e advogado, formado pela Universidade Paulista (UNIP). Ele foi nomeado em 2022 para o cargo de assessor-chefe da área de enfrentamento à desinformação no TSE, uma estrutura criada justamente durante a presidência de Alexandre de Moraes na Corte Eleitoral.

A nomeação, à época, reforçava a prioridade do TSE em combater fake news e garantir a integridade do processo eleitoral. No entanto, segundo Tagliaferro, seu afastamento ocorreu após começar a levantar dúvidas sobre determinadas práticas internas. Ele alega que, desde então, sua carreira e reputação teriam sido prejudicadas.

Indiciamento por violação de sigilo funcional

Além das ameaças de novas revelações, o ex-assessor de Alexandre de Moraes já é investigado pela Polícia Federal. Em maio deste ano, ele foi indiciado por violação de sigilo funcional com dano à administração pública, após ter divulgado conversas internas envolvendo o ministro e outros servidores do TSE e do STF.

Segundo a Polícia Federal, Tagliaferro teria cometido a infração de forma “consciente e voluntária”, enquanto ocupava um cargo de confiança dentro da estrutura de enfrentamento à desinformação. Esse indiciamento pode complicar ainda mais sua situação jurídica, caso as novas denúncias também envolvam dados protegidos por sigilo funcional ou judicial.

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