EUA retiram Alexandre de Moraes e esposa da lista da Lei Magnitsky

Comunicado dos EUA muda o clima entre Washington e Brasília ao tirar Moraes da Lei Magnitsky; gesto melhora o humor diplomático, mas o tarifaço segue

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Última atualização:  12 de dez, 2025 às 17:08
Alexandre de Moraes e Donald Trump apertando as mãos, ilustrando a exclusão de Moraes da lista da Lei Magnetsky Imagem gerada por IA

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (12) que retirou o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados da Lei Magnitsky, cinco meses após a inclusão.

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A decisão encerra o bloqueio de bens, libera transações comerciais e reduz um dos focos de tensão entre Washington e Brasília.

Lei Magnitsky: o que muda para Alexandre de Moraes após a retirada

A remoção devolve a Moraes e à esposa o acesso a todos os ativos eventualmente mantidos nos EUA. Empresas e cidadãos americanos também voltam a realizar operações financeiras e comerciais com o casal, incluindo serviços e transferências internacionais.

O governo Trump não detalhou por que decidiu rever o enquadramento que, em julho, citou o julgamento de Jair Bolsonaro no STF como justificativa.

Relação Brasil-EUA

O Itamaraty já esperava o gesto desde o telefonema recente entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. A chancelaria incluiu o caso Moraes na pauta prioritária de todas as conversas bilaterais, tanto no nível presidencial quanto nas reuniões entre Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio.
O assessor especial Celso Amorim classificou a retirada como um passo para “restabelecer a normalidade” entre os países, embora ressalte que o governo brasileiro ainda enfrenta o impacto das tarifas adicionais impostas pelos EUA desde agosto.

Tarifaço dos EUA: entraves seguem após a suspensão das sanções

O tarifaço permanece como principal ponto de atrito. Mesmo após reduzir tarifas extras de 40% sobre alguns produtos, Trump mantém impostos elevados sobre máquinas, motores e calçados; setores que o governo brasileiro tenta proteger.

Saiba mais:


Brasília interpreta o pacote tarifário, somado à antiga inclusão de Moraes na Lei Magnitsky, como parte de uma estratégia de pressão mais ampla sobre o país.

Caso Bolsonaro e contexto das sanções da Lei Magnitsky

A inclusão de Moraes ocorreu enquanto o STF concluía o processo que condenou Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe após a derrota eleitoral de 2022. O ex-presidente cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Na época, Moraes reagiu à sanção dos Estados Unidos e afirmou que o Judiciário brasileiro “não aceita coações” no exercício de sua autoridade constitucional.

O movimento dos EUA provocou a sensação de que Washington adota agora uma postura de ruptura com o entorno político de Bolsonaro.

Contudo, a remoção do nome do ministro altera o clima. O gesto reduz a temperatura da disputa diplomática e indica disposição para reconstruir pontes, embora não elimine os principais entraves comerciais. Brasília tenta avançar ainda em 2025 na revisão das tarifas sobre bens manufaturados, tema que continua no centro das negociações com Washington.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.