Eduardo Bolsonaro critica Alexandre de Moraes e defende seu pai em discurso na CPAC
Em um discurso na CPAC, Eduardo Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes e acusou o STF de perseguição política contra seu pai, Jair Bolsonaro.

Na quinta-feira, 20 de fevereiro, durante a Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez um discurso polêmico, atacando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e defendendo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O evento, que reuniu conservadores de todo o mundo, foi a plataforma escolhida por Eduardo para reiterar suas acusações contra o sistema judicial brasileiro e fazer apelos por apoio internacional, destacando o que considera uma perseguição política por parte das autoridades brasileiras.
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Críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e censura no Brasil
Eduardo Bolsonaro iniciou seu discurso apontando a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra seu pai, acusando-o de tentar um golpe de Estado. O deputado fez um comparativo entre o tratamento dado ao ex-presidente e as perseguições políticas em regimes autoritários, como os de Venezuela, Cuba e Nicarágua. Embora o Brasil seja uma democracia, o deputado sugeriu que o sistema judiciário brasileiro se tornou um instrumento de perseguição política, afirmando que seu pai estaria correndo o risco de prisão sem provas concretas.
“O ex-presidente Jair Bolsonaro está em risco de ser preso com as mesmas acusações falsas usadas contra líderes de oposição em países autoritários”, declarou Eduardo. Em sua visão, a atuação do STF e de Moraes em particular tem contribuído para um ambiente de censura e autoritarismo no Brasil, apontando para o uso do poder judiciário para silenciar opositores e controlar narrativas.
Pedido de oração e apelo internacional
O deputado não apenas defendeu o ex-presidente, mas também pediu orações para Jair Bolsonaro e para os brasileiros presos após os atos de 8 de janeiro. Eduardo fez um apelo para que a comunidade internacional se envolvesse em sua causa, buscando apoio para uma possível anistia para os presos. Em suas palavras, a situação do Brasil poderia ser comparada à de um regime autoritário, com repressão contra vozes dissidentes.
“Rezem pelo meu pai. Rezem pelos brasileiros que estão presos agora pelo 8 de Janeiro. Estamos pedindo anistia no Congresso”, disse o deputado. A fala de Eduardo reflete a ideia de que o ex-presidente e seus apoiadores enfrentam uma grande perseguição política, um tema que tem sido central em sua agenda desde a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
Críticas à censura e ao uso político da justiça
Eduardo Bolsonaro continuou sua crítica ao STF e a Alexandre de Moraes, acusando o ministro de usar seu poder para censurar opositores e controlar o discurso político. O deputado citou exemplos de censura no Brasil e comparou a situação do país a um “laboratório de censura e autoritarismo judicial”, onde, segundo ele, a liberdade de expressão e os direitos políticos estão sendo restringidos.
“A partir de 2019, o Brasil se tornou um campo de testes para a instrumentalização judicial contra conservadores, libertários e cristãos. Tudo isso sob o pretexto de proteger a democracia e combater a desinformação”, afirmou Eduardo. Para ele, ações como a prisão do ex-deputado Daniel Silveira e a censura a mídias e manifestações contrárias ao governo têm revelado uma estratégia de controle das narrativas políticas.
Projeções para 2026 e alegações de conspiração
Sem apresentar evidências concretas, o deputado também fez alegações de que autoridades dos Estados Unidos teriam forjado documentos de imigração relacionados a Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, que foi preso no Brasil acusado de tentar fugir do país. Além disso, Eduardo sugeriu que, caso seu pai não consiga disputar as eleições presidenciais de 2026, o Brasil estaria vulnerável à influência chinesa, já que ele acredita que organizações no Brasil receberam dinheiro da Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) para influenciar as eleições de 2022.