O Japão enfrenta desafios econômicos significativos conforme os últimos dados revelam uma revisão para baixo no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2024. De acordo com as novas estatísticas divulgadas, a economia japonesa contraiu 2,9% em termos anualizados entre janeiro e março deste ano, uma revisão negativa em relação à estimativa anterior de 1,8%. Essa revisão foi motivada por correções em dados anteriores sobre encomendas na construção, destacando a fragilidade do setor econômico durante esse período.

A revisão do PIB não apenas pintou um quadro mais sombrio da economia japonesa, mas também complicou as deliberações do Banco do Japão quanto à política monetária. Com a economia mostrando sinais de desaceleração mais acentuada do que o inicialmente previsto, a decisão sobre o momento adequado para aumentar os juros torna-se ainda mais desafiadora. A melhora na confiança das empresas, particularmente no setor não manufatureiro, pode ter atingido seu ápice, sugerindo que um aumento imediato dos juros pode não ser sustentável neste ambiente econômico incerto.

A pesquisa “tankan” recente destacou uma divergência na confiança empresarial entre os setores de serviços e indústria. Enquanto a confiança na indústria apresentou uma leve melhora, o setor de serviços registrou uma deterioração significativa em junho. Esse declínio é atribuído a preocupações crescentes com os custos operacionais e um consumo interno mais fraco, sublinhando os desafios enfrentados pelas empresas japonesas em um ambiente econômico turbulento.

Apesar das incertezas econômicas, grandes empresas japonesas demonstram otimismo em relação aos planos de gastos de capital para o atual ano fiscal. Projetos indicam um aumento robusto de 11,1% nos investimentos em comparação ao ano anterior, refletindo uma estratégia de expansão mesmo diante do cenário econômico desafiador.

Quanto às expectativas de inflação, as empresas japonesas preveem um aumento gradual nos índices nos próximos anos. Projeções indicam que a inflação atingirá 2,3% nos próximos três anos e 2,2% nos próximos cinco anos. Esses números refletem uma leve alta nas expectativas de inflação corporativa de longo prazo, apesar das pressões econômicas atuais.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.