Dólar tem leve alta após decisão do Copom e expectativa por medidas fiscais
O dólar comercial registrou leve alta nas primeiras negociações desta quinta-feira (7), seguindo a reação do mercado à decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de elevar a taxa Selic em 50 pontos-base. Esse movimento ocorre em meio à expectativa sobre as medidas fiscais que o governo pretende anunciar, com o ministro […]
Dólar comercial inicia 2025 em alta
O dólar comercial registrou leve alta nas primeiras negociações desta quinta-feira (7), seguindo a reação do mercado à decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de elevar a taxa Selic em 50 pontos-base. Esse movimento ocorre em meio à expectativa sobre as medidas fiscais que o governo pretende anunciar, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevendo que o pacote de corte de gastos seja finalizado na manhã de hoje.
Reação do mercado à decisão do Copom
A decisão do Copom de aumentar a taxa de juros reflete a continuidade da política monetária apertada adotada pelo Banco Central com o intuito de conter a inflação. A elevação de 50 pontos-base na Selic sinaliza um compromisso com a manutenção da estabilidade econômica, o que teve impacto direto nas negociações do dólar. O mercado reagiu a essa ação, com a moeda norte-americana subindo levemente.
Às 9h12 desta quinta-feira, o dólar à vista estava cotado a R$ 5,679 na compra e R$ 5,680 na venda, apresentando uma variação positiva de 0,08%. Por outro lado, o contrato de dólar futuro na B3, com vencimento em primeiro lugar, estava em queda de 0,61%, cotado a R$ 5,692. Essa oscilação no valor do dólar, que teve uma desvalorização de 1,21% na quarta-feira (6), acompanha as expectativas do mercado diante das movimentações fiscais e monetárias no país.
O Banco Central do Brasil segue com sua política monetária restritiva, reagindo aos altos índices de inflação que persistem no país. A alta da taxa Selic é uma ferramenta comum para tentar controlar a pressão sobre os preços e, por consequência, sobre a moeda. Essa decisão, por sua vez, fortalece o real contra o dólar, mas o mercado também se mantém atento ao desenrolar das políticas fiscais que o governo deve adotar para lidar com o endividamento público.
Além disso, a situação econômica brasileira se reflete diretamente no câmbio, já que a alta nos juros atrai investidores em busca de rentabilidade maior, influenciando o fluxo de capital e afetando o comportamento da moeda nacional. O cenário atual é de grande cautela, visto que o dólar é um reflexo de diversos fatores econômicos que podem mudar rapidamente.
Expectativa por medidas fiscais do governo
Outro fator crucial para o movimento da moeda hoje é a expectativa em relação às medidas fiscais que o governo pretende anunciar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o governo se reunirá nesta quinta-feira para finalizar um pacote de contenção de gastos. A proposta inclui cortes que visam equilibrar as contas públicas e assegurar o cumprimento da meta fiscal.
Essas medidas são aguardadas com grande atenção, pois o governo busca respostas rápidas para a crise fiscal enfrentada pelo Brasil. O ministro ressaltou que há ainda dois “detalhes” a serem discutidos antes de uma possível apresentação do pacote. A expectativa inicial era de que as medidas fossem anunciadas ainda na quarta-feira, mas um atraso na reunião para discutir a agenda ambiental do governo impediu a divulgação do pacote.
O anúncio das medidas fiscais pode ter um impacto significativo sobre o mercado cambial, uma vez que o controle das contas públicas e a disciplina fiscal são vistos como essenciais para a confiança dos investidores na economia brasileira. A forma como o governo se posicionará sobre o controle da dívida pública e a sustentabilidade fiscal pode influenciar diretamente o câmbio e, consequentemente, o valor do dólar.
Como as medidas fiscais afetam o câmbio?
As expectativas em torno da política fiscal do Brasil têm o poder de movimentar o mercado cambial, pois refletem a confiança dos investidores no governo e nas perspectivas econômicas do país. Pacotes de austeridade, como o proposto, geralmente sinalizam a intenção do governo de reduzir o déficit fiscal, o que pode fortalecer a moeda nacional.
No entanto, o impacto no câmbio dependerá de como o mercado interpretar as ações do governo e da velocidade com que essas medidas forem implementadas. A situação é delicada, pois, enquanto a elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação, as políticas fiscais também precisam ser adotadas para assegurar que a recuperação econômica seja sustentável.
Cotação atual do dólar e operações do Banco Central
À medida que o mercado monitora os desenvolvimentos fiscais, o Banco Central continua suas operações para regular a liquidez da moeda no mercado. Nesta quinta-feira, o Banco Central realizará um leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento de 2 de dezembro de 2024. Esses leilões são instrumentos importantes para garantir a estabilidade do mercado cambial e minimizar a volatilidade da moeda.
Dólar comercial e turismo: diferenças nas cotações
A cotação do dólar comercial na manhã de hoje foi de R$ 5,679 para a compra e R$ 5,680 para a venda. Já o dólar turismo, usado em transações para viagens internacionais ou compras no exterior, teve uma cotação mais elevada, variando entre R$ 5,723 na compra e R$ 5,903 na venda. A diferença entre os dois tipos de cotação se dá principalmente devido às taxas aplicadas pelas instituições financeiras, que encarecem o valor para os consumidores.