Dólar cai abaixo de R$ 5,70 após leilão do BC e encontro EUA-Rússia em foco
Na manhã desta terça-feira (18), o dólar à vista registrou uma queda significativa, negociado abaixo de R$ 5,70, após a realização de um leilão de venda de dólares promovido pelo Banco Central. O mercado também está atento ao importante encontro entre Estados Unidos e Rússia na Arábia Saudita, que trata da possível resolução da guerra […]

Na manhã desta terça-feira (18), o dólar à vista registrou uma queda significativa, negociado abaixo de R$ 5,70, após a realização de um leilão de venda de dólares promovido pelo Banco Central. O mercado também está atento ao importante encontro entre Estados Unidos e Rússia na Arábia Saudita, que trata da possível resolução da guerra na Ucrânia.
O que aconteceu com o dólar hoje?
O dólar à vista apresentava uma queda de 0,60% às 12h19, sendo negociado a R$ 5,677 na compra e R$ 5,678 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para o primeiro vencimento subia 0,1%, cotado a R$ 5,729. Esse movimento de baixa acontece após o Banco Central do Brasil realizar um novo leilão de US$ 3 bilhões, com compromisso de recompra, uma medida adotada com frequência para controlar a volatilidade da moeda e garantir maior estabilidade no mercado cambial.
O valor da moeda brasileira foi impactado por essa intervenção, que aconteceu entre 10h30 e 10h35. O leilão, com taxa de corte de 5,411%, foi uma resposta direta à operação de 16 de dezembro de 2023, que também contou com a venda de US$ 3 bilhões ao mercado, com recompra prevista para março de 2025. O movimento do Banco Central reflete um esforço contínuo de rolar dívidas externas e garantir maior controle sobre as flutuações do câmbio, essencial em tempos de incertezas econômicas globais.
O impacto das conversas EUA-Rússia
Além da intervenção do Banco Central, outro fator importante que influenciou o câmbio nesta terça-feira foram as conversas entre os governos dos Estados Unidos e da Rússia, que ocorrem em Riad, na Arábia Saudita. Os ministros das Relações Exteriores da Rússia e dos EUA se reuniram para discutir possíveis soluções para o conflito na Ucrânia, que já dura quase três anos e tem gerado grandes tensões geopolíticas e econômicas. Sergei Lavrov, ministro russo, afirmou que as negociações foram úteis e que ambos os países concordaram em criar condições para restaurar a cooperação bilateral.
Essa reunião é parte dos esforços diplomáticos do governo americano para buscar uma resolução para a guerra. As conversas também ocorrem em um momento de grande pressão, com uma recente ligação entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump. A busca por um fim negociado do conflito é vista com otimismo pelos mercados financeiros, pois pode diminuir a incerteza global e permitir maior previsibilidade nas decisões de investimentos.
Desde a invasão da Ucrânia, os mercados têm experimentado grande volatilidade, principalmente devido à alta dos preços de commodities, como petróleo e grãos. Um desfecho positivo nas negociações de paz poderia aliviar essas pressões e contribuir para um ambiente econômico mais estável.
O papel do Banco Central e suas operações de mercado
O Banco Central do Brasil tem adotado medidas recorrentes para evitar a volatilidade excessiva do câmbio e controlar os efeitos da instabilidade externa sobre a economia nacional. As operações de venda de dólares com recompra, como a realizada nesta terça-feira, têm sido utilizadas como ferramentas para garantir liquidez no mercado cambial e diminuir as oscilações bruscas da moeda. O BC visa, com isso, mitigar riscos inflacionários que poderiam ser causados pela alta do dólar e melhorar a previsibilidade para os investidores.
Essas operações são essenciais para proporcionar maior confiança aos mercados financeiros, tanto domésticos quanto internacionais. Durante a gestão de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central, o Brasil tem procurado adotar estratégias de intervenção eficazes para manter a estabilidade econômica, mesmo diante das incertezas internacionais e da volatilidade dos preços das commodities.
O impacto do encontro EUA-Rússia nas expectativas do mercado
O mercado financeiro acompanha com atenção as negociações entre os EUA e a Rússia, com especial foco nas implicações para os preços do petróleo e outros ativos de risco. A expectativa é de que, caso as negociações avancem positivamente, isso traga alívio para os preços do barril de petróleo, um dos principais fatores que influenciam o câmbio global.
A guerra na Ucrânia tem sido um dos maiores desafios econômicos globais nos últimos anos, e um acordo entre as partes pode resultar em uma redução nas tensões geopolíticas, o que seria bem-vindo pelos investidores. A tranquilidade política internacional pode contribuir para um retorno da confiança nos mercados financeiros, o que ajudaria a estabilizar a cotação do dólar.
O dólar comercial e o dólar turismo
Hoje, as cotações do dólar comercial e do dólar turismo foram ajustadas conforme os movimentos do mercado e as intervenções do Banco Central. A cotação do dólar comercial estava em:
- Compra: R$ 5,677
- Venda: R$ 5,678
Já o dólar turismo apresentava os seguintes valores:
- Compra: R$ 5,743
- Venda: R$ 5,923
Qual é a diferença entre dólar comercial e dólar turismo?
O dólar comercial trata-se de milhares de dólares em transações no mercado de câmbio. Isso envolve exportações, importações, transferências financeiras milionárias e que normalmente são feitas por grandes empresas e bancos.
Já o dólar turismo é comprado por pessoas físicas, normalmente em casas de câmbio, em menores quantidades para viagens ou até passado no cartão de crédito.
Por que o dólar turismo é mais caro?
A cotação do dólar turismo é mais cara, pois são compras muito menores do câmbio, ao contrário das transações feitas por grandes empresas e instituições. Logo, seu custo operacional com transporte de notas e taxa de corretoras ficam mais alto.
Panorama histórico do Dólar
O real segue valorizado em relação a moeda americana, que permanece quase cinco vezes mais valioso. Entretanto, houve um período na história em que o dólar era menos valioso que o real, entre 1994 e 1999. Durante esse tempo, o governo brasileiro controlou a cotação da moeda para estabilizar a economia após a hiperinflação.
Com o lançamento do Plano Real em 1º de julho de 1994, a paridade entre o real e o dólar era de 1 para 1, o que ajudou a conter a hiperinflação, mas prejudicou as contas externas, levando o governo a buscar empréstimos com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A partir de 1999, o governo abandonou o controle cambial, resultando na desvalorização do real em relação ao dólar.
Essa desvalorização impactou negativamente o poder de compra dos brasileiros, com aumento dos preços dos produtos importados e inflação. A moeda atingiu sua menor cotação histórica em 14 de outubro de 1994, sendo negociado a R$ 0,82, incentivando viagens internacionais.
O recorde histórico do dólar ocorreu em 2002, atingindo R$ 3,95 entre o primeiro e o segundo turno das eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva como presidente. Desde então, o dólar ultrapassou os R$ 5 em várias ocasiões, mas muitos especialistas acreditam que o pico de 2002 dificilmente será superado.
No cenário atual, o real se valorizou em relação ao dólar em 2022, com perdas acumuladas de 6,63% para o dólar desde o início do ano. Especialistas atribuem essa valorização ao mercado de ações e de juros, com investidores estrangeiros direcionando recursos para commodities e aproveitando os altos juros reais do Brasil.
Como o câmbio influencia a cotação e os investimentos
O mercado cambial influencia não apenas a cotação das moedas, mas também os investimentos em diversas áreas. A relação entre câmbio e investimentos é complexa, com várias dinâmicas interconectadas que juntas moldam as decisões dos investidores e as tendências econômicas.
Uma das formas mais evidentes pelas quais o câmbio afeta os investimentos é através do comércio internacional. As taxas de câmbio determinam o custo relativo dos bens e serviços entre países, afetando diretamente as exportações e importações. Uma moeda forte pode tornar os produtos domésticos mais caros para os compradores estrangeiros, reduzindo a competitividade das exportações. Por outro lado, uma moeda fraca pode aumentar a demanda por produtos domésticos no mercado global, impulsionando as exportações e, consequentemente, estimulando a economia.
Além do comércio internacional, o câmbio também influencia os investimentos estrangeiros. Investidores buscam oportunidades em países com economias sólidas e promissoras, geralmente refletidas em moedas fortes e estáveis. Alterações nas taxas de juros, inflação e políticas monetárias de um país podem atrair ou afastar investimentos estrangeiros, impactando diretamente a cotação da moeda local.
Os riscos cambiais também são uma consideração importante para os investidores. A posse de ativos em moeda estrangeira expõe os investidores a flutuações nas taxas de câmbio, o que pode afetar significativamente o valor desses ativos quando convertidos de volta para a moeda local. Gerenciar esses riscos é essencial para uma estratégia de investimento sólida, com muitos investidores optando por hedge cambial para proteger suas carteiras contra volatilidades indesejadas.
Além disso, o turismo e os fluxos de capitais também exercem pressão sobre as taxas de câmbio. Um aumento no turismo pode levar a uma maior demanda por moeda estrangeira em um país, influenciando sua cotação. Da mesma forma, fluxos de capitais de investidores estrangeiros podem impactar significativamente as taxas de câmbio, refletindo as percepções sobre a economia e o ambiente de investimento de um país.
Como converter Dólar em real
Você pode utilizar simuladores online que fazem a conversão da moeda de acordo com o câmbio do dia. Basta digitar o valor em dólares para descobrir quanto vale em real. Um exemplo é o simulador do Bacen (Banco Central)
Faça a conversão manualmente
Para converter dólar para real manualmente, você precisa saber a cotação do dólar em relação ao real. Em seguida, decida um valor em dólares que deseja converter para a moeda brasileira e faça a multiplicação de acordo com a cotação.
Por exemplo, se você quiser converter 50 dólares para reais, considerando que 1 dólar equivale a 5,85, a conta seria:
50 x 5,85 = R$ 292,75 reais.
- Para mais detalhes, leia também: Como converter dólar para real? Veja passo a passo
Como comprar Dólar no Brasil?
Comprar dólar no Brasil é um processo relativamente simples, e você pode fazê-lo de várias maneiras:
Bancos: Muitos bancos brasileiros oferecem o serviço de venda de dólar. Você pode entrar em contato com o seu banco para verificar as taxas de câmbio e os procedimentos para comprar dólares.
Corretoras de câmbio: Existem corretoras de câmbio especializadas que lidam especificamente com a compra e venda de moeda estrangeira. Essas corretoras podem oferecer taxas competitivas e uma variedade de serviços relacionados ao câmbio de moeda.
Casas de câmbio: Assim como para a conversão de dólar em real, as casas de câmbio também oferecem o serviço de venda de dólar. Elas estão presentes em áreas turísticas e em alguns centros comerciais.
Plataformas online: Algumas plataformas online também permitem a compra de dólar no Brasil. Essas plataformas geralmente oferecem conveniência e facilidade de acesso, mas é importante verificar a confiabilidade e segurança antes de realizar qualquer transação.
Em resumo, independentemente do método escolhido, é importantíssimo realizar uma verificação das taxas de câmbio oferecidas e eventuais taxas adicionais, para garantir que você está obtendo a melhor oferta possível.