O setor público consolidado do Brasil, incluindo Governo Central, Estados, municípios e estatais (exceto Petrobras e Eletrobras), registrou um déficit primário de R$ 45,604 bilhões no acumulado de 12 meses até janeiro de 2024. Esse valor corresponde a 0,38% do Produto Interno Bruto (PIB) e representa o menor déficit desde junho de 2023. Em 2024, o rombo primário totalizou R$ 47,553 bilhões, ou 0,40% do PIB, segundo dados divulgados pelo Banco Central.

Desempenho fiscal

A análise detalhada da composição do déficit primário do setor público mostra um cenário misto. O maior responsável pelo déficit foi o Governo Central, que teve um saldo negativo de R$ 43,498 bilhões, ou 0,37% do PIB. Enquanto isso, os Estados apresentaram um desempenho positivo, com um superávit de R$ 29,042 bilhões, o que corresponde a 0,24% do PIB.

Por outro lado, os municípios enfrentaram um déficit de R$ 23,719 bilhões (0,20% do PIB), e as empresas estatais acumularam um rombo de R$ 7,428 bilhões, representando 0,06% do PIB. Esses números ilustram a diversidade de resultados entre os diferentes entes da federação, com destaque para a contribuição positiva dos Estados.

O impacto do resultado de janeiro

No mês de janeiro de 2024, o setor público consolidado surpreendeu ao registrar um superávit primário de R$ 104,096 bilhões. Este resultado foi o maior para o mês desde o início da série histórica do Banco Central, em 2002. Esse superávit de janeiro reflete um esforço significativo para equilibrar as contas públicas no início do ano, mostrando um resultado positivo em comparação com os déficits registrados ao longo de 2023.

Por que o déficit do setor público é importante?

O déficit primário do setor público é um indicador crucial para a saúde fiscal do país. Ele mostra a diferença entre as receitas e as despesas do governo, excluindo os encargos da dívida pública. Um déficit primário significa que o governo está gastando mais do que arrecada, o que pode pressionar a dívida pública e gerar desafios para as futuras políticas fiscais.

O resultado obtido em janeiro de 2024, com o superávit, pode ser um sinal de que o governo está conseguindo controlar melhor suas contas. No entanto, o déficit acumulado em 12 meses ainda revela que o país enfrenta desafios fiscais, especialmente com o rombo do Governo Central e dos municípios. Os dados também indicam que os Estados estão conseguindo equilibrar suas finanças, o que é um ponto positivo para o cenário fiscal nacional.