O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu início à sua primeira reunião do ano nesta terça-feira (30), com previsão de encerramento na quarta-feira (31), para deliberar sobre a taxa básica de juros, a Selic.

Há uma expectativa de redução de 0,5 ponto percentual na Selic durante este encontro, a qual atualmente está em 11,75%. Projeções do mercado financeiro, obtidas pelo boletim Focus do BC, indicam que a taxa pode ser reduzida para 11,25%.

Essa expectativa é respaldada pela ata da reunião anterior do Copom, divulgada em dezembro, na qual o comitê expressou unanimidade em manter o ritmo de cortes da Selic nas próximas reuniões.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, confirmou que a ata serve como um guia (guidance) para as duas primeiras reuniões do Copom em 2024.

O comportamento da inflação também fortalece a expectativa de redução da Selic. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2023 com alta acumulada de 4,62%, dentro do intervalo da meta estipulada pelo BC.

As projeções do mercado para a inflação de 2024 têm diminuído nas últimas quatro semanas, indicando uma estimativa de 3,86% para o IPCA no final do ano. Quanto à Selic, as projeções permanecem estáveis em 9% para o final de 2024 e 8,5% em dezembro de 2025.

Se confirmada, a redução de 0,5 ponto percentual na Selic representará o quinto corte consecutivo desde agosto, quando o BC interrompeu o ciclo de aperto monetário anterior.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic foi reduzida para 2% ao ano devido à contração econômica causada pela pandemia de COVID-19, mantendo-se nesse patamar histórico mais baixo de agosto de 2020 a março de 2021.

O Copom realiza suas reuniões a cada 45 dias. Durante o primeiro dia, são apresentadas análises técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial, bem como o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do colegiado, composto pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a taxa Selic.