A Cogna Educação (COGN3) anunciou, na noite da última terça-feira (23), que emitirá R$1,1 bilhão em debêntures simples.

Cada debênture terá um valor nominal unitário de R$1.000,00, totalizando 1,1 milhão de debêntures. A emissão será dividida em duas séries, com vencimentos em três e cinco anos. Embora a remuneração ainda não tenha sido definida, a Cogna planeja oferecer, no máximo, CDI mais 1,35% ao ano na série mais curta e CDI mais 1,6% ao ano na série mais longa.

Os recursos captados serão direcionados para o reforço do capital de giro e para a gestão do passivo. A empresa já iniciou as apresentações aos potenciais investidores para a oferta.

A coleta está programada para ocorrer no dia 22 de maio, com a liquidação prevista para dois dias depois. A coordenação da operação está a cargo do Itaú BBA, Bradesco BBI e XP.

O que são debêntures?

A debênture é um investimento em renda fixa que se baseia em emprestar dinheiro para uma grande empresa pública ou privada. Logo, o investidor concede um valor para a companhia, ela investe e devolve o capital com juros no prazo acordado.

A previsibilidade de retorno, rendimentos mais atrativos, a possibilidade de pagamento de juros e amortizações periódicas são alguns dos exemplos que fazem as debêntures serem procuradas pelos investidores. Além disso, elas são uma forma de diversificação da carteira de investimentos.

Como elas funcionam?

Geralmente, as organizações precisam captar recursos para financiamentos de dívidas e investimentos. É aí, que as instituições financeiras, como os grandes bancos ou as corretoras, entram em cena e distribuem essas dívidas para o mercado, buscando os possíveis investidores.

Depois de achados, elas emitem as debêntures e estipulam um prazo de retirada do valor acrescido de juros, que costumam ser maiores do que os juros de títulos de instituições financeiras. A lógica é semelhante à de um CDB (Certificado de Depósito Bancário), só que ele é emitido por um banco e as debêntures são de empresas variadas.

Quais são os tipos de debêntures?

Existem diversas classes de debêntures e alguns tipos permitem até a sua conversão em ações. Porém, nenhuma possui a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), apesar de ser um investimento em renda fixa. Por isso, muitas empresas dão algumas garantias de pagamento para os investidores, como imóveis, ações, recebíveis, ou ainda, finanças de outras empresas ou bancos.

  • Simples – não permitem a conversão em ações. Com isso, sua finalidade é apenas de financiamento da empresa emissora.
  • Conversíveis – permitem a conversão em ações da própria empresa na data do título ou no prazo estabelecido com a organização. Os investidores que acreditam no potencial da empresa emissora do título, geralmente, optam por esse tipo de debêntures.
  • Permutáveis – têm um funcionamento semelhante a anterior, se diferenciando apenas na parte das ações. Ou seja, as debêntures permutáveis podem ser convertidas em ações de uma outra empresa, e não necessariamente a mesma organização emissora.
  • Normativas – são expedidas em nome do investidor inicial. Logo, o controle de transferências e o registro da debênture são feitos em livro próprio da empresa emissora.
  • Escriturais – também possuem o controle de transferências e o registro emitido pela empresa. Porém, o ativo é mantido em uma conta de custódia que fica no nome do investidor. Isso é feito por meio de uma instituição financeira, que geralmente é uma corretora de valores.

Vale ressaltar, que há duas formas de resgate do dinheiro dos investimentos feitos. A primeira é retirar o capital acrescido dos juros no vencimento acordado e a segunda adquirir o montante no mercado secundário, isto é, revendendo as suas debêntures pelo preço de mercado.