De acordo com o CEO da Azul (AZUL4), John Peter Rodgerson, a consolidação do setor é vista como uma oportunidade para reduzir o custo de capital das companhias aéreas latino-americanas, o que pode resultar em melhorias nos serviços oferecidos aos clientes.

“Sempre acreditamos muito na consolidação”, disse Rodgerson em uma entrevista em Nova York na última quarta-feira (15). “O produto melhora para os clientes e pode realmente fortalecer um grande mercado no Brasil que vemos hoje”, acrescentou.

O CEO optou por não comentar sobre processos de fusões e aquisições que estejam em andamento, descrevendo-os como “ativos”. Rumores sugerem que a Azul está considerando uma fusão com a Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA, com discussões em curso para um possível acordo com o acionista controlador da companhia aérea rival brasileira, que enfrenta dificuldades.

As companhias aéreas latino-americanas têm enfrentado grandes desafios desde o início da pandemia, com pouco apoio dos governos da região. Avianca Holdings SA, Latam Airlines Group SA e Grupo Aeromexico SAB entraram com pedido de falência em 2020. A brasileira Gol solicitou proteção contra credores no final de janeiro, após várias trocas de dívidas.

Rodgerson se encontrou com o presidente Lula para discutir um plano que envolve o uso de fundos públicos como garantia para empréstimos, proporcionando um certo alívio às companhias aéreas. Ele afirmou que o governo reconhece a importância de oferecer esse suporte financeiro e está ativamente trabalhando em uma solução, que deve ser implementada “dentro de alguns meses”.

“Se conseguirmos acesso ao crédito com um custo de capital menor, isso possibilitará a redução das tarifas e a aquisição de mais aeronaves”, explicou Rodgerson, complementando que “esses são os aspectos mais cruciais das nossas conversas com o governo brasileiro”.

Gol (GOLL4) enfrenta prejuízo de R$ 130,2 mi no 1T24

A Gol, uma das principais companhias aéreas do Brasil, enfrentou um revés financeiro no primeiro trimestre de 2024 (1T24), registrando um prejuízo líquido recorrente de R$ 130,2 milhões. Esse resultado marca uma inversão significativa em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a empresa havia alcançado um lucro líquido recorrente de R$ 136,4 milhões.

Apesar do prejuízo, a Gol apresentou uma receita operacional líquida de R$ 4,713 bilhões no 1T24, representando uma redução de 4,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Destaca-se também o EBITDA recorrente, que atingiu R$ 1,426 bilhões, evidenciando um crescimento de 15,2% em relação ao ano anterior.

No âmbito financeiro, a Gol informou que financiou US$ 550 milhões dos Compromissos de Empréstimo DIP até o final do 1T24. Além disso, sacou integralmente os US$ 450 milhões restantes. Além disso, o caixa da companhia aumentou significativamente para R$ 2 bilhões, representando um aumento de 150% em relação ao mesmo período do ano anterior.