Em uma entrevista recente ao programa GloboNews Míriam Leitão, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, apresentou uma proposta ousada para o futuro do carnaval carioca: a criação de um modelo sustentável financeiramente, sem a dependência de recursos públicos. O prefeito acredita que a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) já está tomando as medidas necessárias para transformar a festa em um evento que possa se autossustentar. A ideia, que pode mudar a forma como o carnaval é financiado na cidade, visa reduzir os custos para o município, promovendo um modelo mais eficiente e baseado em parcerias e patrocinadores privados.

O que significa um carnaval sustentável?

Eduardo Paes afirmou que “é possível que o carnaval seja sustentável sob o ponto de vista financeiro”, defendendo que a festa não precise mais de subsídios públicos. Para ele, a Liesa já está adotando uma modelagem de negócios que pode tornar o carnaval do Rio uma grande plataforma econômica, capaz de gerar receitas sem sobrecarregar os cofres públicos.

A proposta de Paes faz parte de uma estratégia mais ampla para tornar os grandes eventos do Rio financeiramente independentes. Segundo o prefeito, essa nova abordagem seria benéfica para a cidade, pois possibilitaria a continuidade da festa, uma das mais tradicionais do Brasil, sem comprometer os recursos destinados a outras áreas prioritárias, como saúde e educação.

Como a Liesa está contribuindo para a mudança?

A Liga Independente das Escolas de Samba, responsável pela organização das escolas de samba do Rio, tem um papel fundamental nesse processo de transformação. Paes acredita que a Liesa está adotando uma modelagem de negócios que visa atrair mais patrocinadores e parcerias privadas, buscando diversificar as fontes de receita do evento. A mudança, no entanto, não significa abrir mão da tradição e da grandiosidade do carnaval, mas sim encontrar formas mais eficientes de viabilizá-lo financeiramente.

Ao longo dos anos, o carnaval carioca tem sido criticado pelo alto custo para os cofres públicos, com uma grande parte do financiamento vindo de recursos municipais, estaduais e federais. A proposta de Paes é justamente reverter essa situação, proporcionando um modelo mais sustentável e menos dependente de dinheiro público, o que pode servir de exemplo para outras festas populares no Brasil.

O futuro da segurança pública: criação de força municipal armada

Além da proposta de um carnaval sustentável, o prefeito também anunciou a criação de uma nova força de segurança municipal, que começará a operar no segundo semestre de 2025. A ideia é descentralizar a segurança pública no Rio de Janeiro, proporcionando maior controle à prefeitura sobre a segurança local, em colaboração com as forças estaduais e federais.

“A segurança pública precisa ser discutida a nível nacional, mas é essencial que as prefeituras também tenham papel ativo nesse processo”, afirmou Paes durante a entrevista. A criação dessa força municipal de segurança visa melhorar a segurança na cidade, especialmente em áreas com maior incidência de violência e crimes, que têm impactado diretamente a vida dos cidadãos cariocas.

Críticas à segurança pública estadual e o desafio do governo do Rio

Durante a entrevista, o prefeito também fez duras críticas à atual gestão da segurança pública do estado do Rio de Janeiro. Paes afirmou que o modelo estadual tem falhado em diversas áreas, especialmente na falta de recursos e de uma coordenação eficaz entre as diferentes esferas de governo. Ele destacou a necessidade de uma reformulação no sistema de segurança para que a cidade possa enfrentar de forma mais eficiente os desafios da violência.

Apesar das críticas, Paes também reiterou sua posição em relação a uma possível candidatura ao Governo do Rio em 2026, reafirmando que não tem interesse em concorrer ao cargo. Seu foco, segundo o prefeito, continua sendo a gestão municipal, com a implementação de projetos como a criação da nova força de segurança e a busca por soluções sustentáveis para eventos como o carnaval.