O Rio de Janeiro vive nesta terça-feira (28) um dos dias mais violentos de sua história recente. Uma megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão resultou em 64 mortes, entre elas 60 suspeitos e 4 policiais, além de dezenas de feridos e 81 presos. A ação, considerada a mais letal do estado, tinha como alvo lideranças do Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa do Rio.

Em resposta, integrantes da facção ordenaram o fechamento de ruas e avenidas em diferentes regiões da capital. Caminhões, ônibus e carros foram incendiados e usados como barricadas, principalmente na zona norte.

Segundo o Rio Ônibus, mais de 50 coletivos foram utilizados como bloqueio e 120 linhas tiveram trajetos interrompidos, afetando a mobilidade em vias como a Avenida Brasil, Linha Amarela, Grajaú-Jacarepaguá e Cidade de Deus.

Alvos da operação

De acordo com a Polícia Militar, a operação visava prender Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão, apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho. Ele é acusado de estar por trás dos recentes confrontos entre o CV e o Terceiro Comando Puro (TCP) em Costa Barros, na zona norte, ocorridos na segunda-feira (27).

Além das mortes e prisões, a polícia apreendeu 72 fuzis, munições e drogas. A ação envolveu batalhões de elite e contou com o apoio de drones e helicópteros.

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Impactos e tensão na cidade

Durante a tarde, a cidade entrou em estado de alerta. Com barricadas e veículos incendiados, motoristas foram obrigados a retornar na contramão em grandes avenidas. O transporte público ficou comprometido e escolas suspenderam as aulas em bairros afetados.

O Centro de Operações da Prefeitura registrou interdições simultâneas em diversos pontos, e a Polícia Militar colocou todos os batalhões em regime de prontidão. A Linha Amarela está fechada nos dois sentidos, enquanto a Linha Vermelha foi bloqueada na altura da Pavuna.

O governo do estado justificou a operação como necessária para conter o avanço das facções e recuperar o controle territorial em áreas dominadas pelo crime organizado. Entretanto, organizações de direitos humanos criticaram a letalidade da ação e pediram investigação sobre possíveis excessos policiais.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.