Brasil é solução comercial para os EUA, diz Alckmin
O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou em entrevista que o Brasil é uma solução e não um problema para os Estados Unidos, ressaltando o superávit comercial entre os países e as oportunidades em setores como inteligência artificial e energia renovável.

O Brasil tem se consolidado como um parceiro estratégico e uma solução, e não um problema, para os Estados Unidos (EUA) no campo comercial. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, afirmou que o fortalecimento da relação bilateral entre os dois países é um caminho viável, independentemente de mudanças políticas nos Estados Unidos. Alckmin ainda destacou que o Brasil segue sendo uma fonte de crescimento e oportunidades no comércio internacional, especialmente em setores como inteligência artificial e energia renovável.
A relação comercial Brasil-EUA: um “Ganha-Ganha”
A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos alcançou cifras recordes em 2023, atingindo quase 80 bilhões de dólares. De acordo com Alckmin, o fluxo comercial entre os dois países tem sido superavitário para os norte-americanos, já que os Estados Unidos compram mais do Brasil do que o contrário. Ele reforçou a importância dessa dinâmica ao afirmar que o Brasil não é uma carga, mas sim uma solução para a economia dos EUA.
“Somos solução para eles. Os Estados Unidos são o maior investidor do Brasil. A relação entre nossos países tem 200 anos de história. É um relacionamento de ganha-ganha”, afirmou Alckmin, destacando a relevância dessa parceria no contexto global.
Oportunidades de crescimento
Além dos números positivos do comércio entre os dois países, Alckmin apontou áreas promissoras para o futuro da parceria. Setores como inteligência artificial, energia renovável, minerais críticos, infraestrutura, tecnologia da informação e semicondutores surgem como os principais vetores para um fortalecimento ainda maior da relação comercial. Essas indústrias estão no centro das discussões globais e podem trazer avanços significativos para o desenvolvimento econômico tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.
“Ao olhar para o futuro, temos enormes oportunidades de colaboração. O Brasil e os Estados Unidos têm o potencial de liderar essas indústrias, seja por meio de inovações em tecnologia ou pelo fornecimento de recursos vitais para a transição energética”, explicou o vice-presidente.
Diálogo entre os governos
Geraldo Alckmin também aproveitou a entrevista para destacar o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um “homem de diálogo”. O vice-presidente ressaltou que Lula já governou durante a administração de um republicano na Casa Branca, o ex-presidente George W. Bush, e manteve boas relações com os Estados Unidos. Ele acredita que é possível separar as relações de Estado das questões partidárias, defendendo a continuidade de um trabalho conjunto, independentemente de quem esteja no poder nos EUA.
Essa visão pragmática é importante, especialmente em um cenário político em que Donald Trump tem feito declarações sobre as tarifas comerciais com o Brasil, criticando o país por cobrar “muito” dos Estados Unidos. Alckmin, no entanto, destacou que é necessário aguardar o desenrolar da posse de Trump, caso ele retorne à Casa Branca, para entender melhor os impactos dessa nova administração no comércio bilateral.
Brasil e os EUA
Alckmin também ressaltou que o Brasil não possui tarifas de importação altas e que o MDIC, sob sua liderança, tem adotado uma postura cautelosa em relação às questões tarifárias. Em um mundo cada vez mais preocupado em proteger suas empresas e empregos, o Brasil segue equilibrando os seus interesses comerciais sem prejudicar os fluxos internacionais. Esse posicionamento fortalece ainda mais a imagem do Brasil como um parceiro confiável e eficiente no comércio global.
Com relação à parceria entre os dois países, Alckmin destacou que os Estados Unidos continuam sendo o maior investidor no Brasil, uma parceria que remonta a séculos de história mútua. A relação tem se mostrado mutuamente vantajosa, com o comércio sendo mais vantajoso para os norte-americanos, e o Brasil se beneficiando com a entrada de investimentos que ajudam a fomentar o crescimento do país.
O impacto da economia global na relação Brasil-EUA
Em um cenário econômico global, a relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos se mostra essencial para o desenvolvimento de ambos os países. A continuidade da parceria pode trazer grandes benefícios para ambos os lados, com o Brasil se destacando como um fornecedor de recursos essenciais e o mercado norte-americano como um destino de exportações e investimento. O fortalecimento dos laços comerciais é uma estratégia chave para o crescimento sustentável de ambos os países, especialmente em tempos de transformações econômicas e políticas globais.
A postura cautelosa do Brasil em relação às tarifas e sua estratégia de diversificação econômica posicionam o país como um parceiro confiável, capaz de enfrentar os desafios impostos pelas políticas protecionistas de outras nações. Por sua vez, os Estados Unidos reconhecem no Brasil um mercado crescente, cheio de oportunidades que podem contribuir para o avanço econômico global.