O Bitcoin (BTC) registrou uma valorização expressiva de quase 15% no período de um mês, desde o anúncio do novo pacote tarifário do governo dos Estados Unidos. O movimento reforça a visão de que a principal criptomoeda do mercado funciona como uma reserva de valor em meio à turbulência nos mercados globais. Enquanto ativos de risco sofrem com as incertezas da política comercial norte-americana, o BTC se destaca como alternativa atrativa para investidores.

Bitcoin (BTC) valoriza 14,67% após anúncio de tarifas comerciais nos EUA

No dia 2 de abril, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma nova rodada de tarifas comerciais, batizada por ele de “Dia da Libertação”. A medida visava reduzir o déficit comercial do país, impondo encargos sobre produtos importados de diversas nações. O impacto nas bolsas de valores foi imediato, com os principais índices acionários norte-americanos acumulando queda de até 2% no mês seguinte ao anúncio.

Diferentemente das ações tradicionais, o Bitcoin (BTC) respondeu positivamente ao cenário de incerteza. Em um mês, a criptomoeda subiu 14,67%, consolidando sua imagem como um ativo descentralizado que se valoriza quando o sistema financeiro tradicional demonstra fragilidade. O desempenho atraiu olhares não apenas de entusiastas do setor, mas também de investidores institucionais em busca de diversificação e proteção contra políticas econômicas imprevisíveis.

Altcoins sentem pressão enquanto o Bitcoin (BTC) lidera ganhos

Apesar do bom momento do Bitcoin (BTC), as chamadas altcoins — criptomoedas alternativas — seguem com desempenho negativo. Segundo dados do Coin Market Cap, apenas 12 das 100 maiores altcoins apresentaram ganhos relevantes nos últimos 90 dias, enquanto a maioria acumula perdas de até 64%. Isso indica que o mercado está longe de uma “altseason”, fase em que as moedas alternativas superam o desempenho do BTC.

Entre as dez maiores criptomoedas do mundo, o BTC é uma das poucas com desempenho positivo no acumulado do ano. Confira os dados atualizados:

#NomePreço24h7dYTD
1Bitcoin (BTC)US$ 96.846,54+0,52%+2,18%+3,69%
2Ethereum (ETH)US$ 1.831,24-1,06%+2,08%-45,03%
3Tether (USDT)US$ 1,000,00%-0,02%+0,22%
4XRP (XRP)US$ 2,21-1,21%+0,12%+6,36%
5BNB (BNB)US$ 597,69-0,98%-1,58%-14,74%
6Solana (SOL)US$ 150,23-0,86%-3,21%-20,61%
7USDC (USDC)US$ 0,9998-0,02%-0,01%-0,01%
8Dogecoin (DOGE)US$ 0,1808+0,84%-1,69%-42,72%
9Cardano (ADA)US$ 0,7049-0,26%-2,76%-16,45%
10TRON (TRX)US$ 0,2457-1,23%+0,77%-3,31%

Enquanto isso, moedas estáveis como Tether (USDT) e USDC permanecem praticamente estáveis, como esperado, já que estão atreladas ao dólar americano.

Cresce o interesse por Bitcoin (BTC) em momentos de instabilidade global

O crescimento do Bitcoin (BTC) não é apenas um reflexo do movimento técnico de mercado, mas também de uma mudança comportamental entre os investidores. Em meio à volatilidade causada por decisões políticas imprevisíveis, como o novo tarifaço de Trump, investidores buscam ativos menos suscetíveis a interferência estatal.

Diferentemente de ações e títulos públicos, o Bitcoin não depende de governos ou bancos centrais, o que o torna atrativo em tempos de políticas protecionistas e instabilidade diplomática. Essa independência se torna ainda mais relevante quando medidas econômicas impactam diretamente as relações comerciais globais.

Além disso, especialistas apontam que o BTC tem mostrado correlação negativa com os principais índices de ações em períodos de crise, funcionando como hedge para carteiras expostas a risco. No entanto, vale o alerta: o mercado de criptomoedas permanece altamente volátil e requer planejamento e controle de risco. O ideal é alocar apenas uma fração do portfólio em criptoativos.