De acordo com comunicado divulgado ao mercado nesta quarta-feira (21), o Banco do Brasil (BBAS3) ajustou os valores de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) em função da taxa básica de juros, a Selic.

Com a atualização, o valor dos dividendos subiu de R$ 0,15186078881 para R$ 0,15414348799 por ação. 

Já o valor de JCP aumentou de R$ 0,31448148860 para R$ 0,31920862483 por ação.

Vale destacar que os proventos, aprovados em 7 de agosto, totalizam R$ 2,6 bilhões, sendo R$ 866 milhões em dividendos e R$ 1,7 bilhão em JCP, com posição acionária de 21 de agosto, ou seja, até hoje. 

Sendo assim, a partir de amanhã, 22 de agosto de 2024, as ações começarão a ser negociadas como “ex-dividendos”.

Dividendos do BB podem cair?

Recentemente, o Banco do Brasil divulgou os resultados do segundo trimestre de 2024, com um lucro líquido de R$ 9,7 bilhões, superando as expectativas do mercado. 

No entanto, junto com os números positivos, o banco anunciou uma revisão do guidance que pode gerar preocupações: a instituição aumentou sua previsão de gastos com provisões para perdas com inadimplência. 

Dessa maneira, o intervalo passou de R$ 30 bilhões a R$ 27 bilhões para R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões para 2024.

No primeiro semestre, o banco já provisionou R$ 16,3 bilhões, e essa deterioração no cenário já havia sido antecipada pelos analistas e pelo próprio Banco do Brasil. A necessidade de maiores provisões reflete o aumento do risco de inadimplência, que o banco vinha alertando em seus relatórios anteriores.

Geovanne Tobias, diretor de Relações com Investidores do Banco do Brasil, tranquilizou os investidores afirmando que o aumento das provisões não deve ser motivo de preocupação.

Segundo ele, esse impacto será compensado pela elevação das margens financeiras, que tiveram uma revisão positiva, passando de uma faixa anterior de 7% a 11% para 10% a 13%. Essa elevação nas margens reflete o bom desempenho do banco em geração de receita, o que deve equilibrar os custos maiores com provisões e manter os resultados financeiros sólidos ao longo de 2024.

“Acreditamos que entregando o lucro que propomos no guidance, os dividendos não vão ser impactados, mesmo com o aumento das provisões. O que é importante é que o aumento da provisão está sendo contrabalançado com o aumento dos negócios”, afirmou.