O Grupo Ambipar protocolou nesta segunda-feira (20) um pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A decisão, tomada em caráter de urgência pelo Conselho de Administração, inclui também a Environmental ESG Participações S.A. e suas afiliadas. O movimento ocorre após uma sequência de eventos que abalou a confiança do mercado e pressionou o caixa da companhia.

A informação foi antecipada pelo Pipeline, site de negócios do Valor Econômico. A Ambipar tinha até quinta-feira (23) para protocolar o pedido, prazo em que se encerrava a medida cautelar que suspendia temporariamente a cobrança de dívidas.

A crise se agravou com a descoberta de possíveis irregularidades em operações financeiras de swap e com a saída repentina do diretor financeiro, o que levou credores a anteciparem vencimentos de dívidas e elevou o risco de inadimplência cruzada.

O grupo informou que o pedido busca proteger suas operações, empregos e contratos, além de garantir uma reestruturação “transparente e equilibrada” entre credores, trabalhadores e acionistas. Paralelamente, a subsidiária Ambipar Emergency Response, sediada nas Ilhas Cayman, entrou com pedido de proteção sob o Chapter 11 nos Estados Unidos, medida restrita às operações internacionais.

A Ambipar soma cerca de R$ 11 bilhões em dívidas e conta com assessoria dos escritórios Salomão Advogados e Galdino Advogados. O Conselho convocou uma Assembleia Geral Extraordinária para ratificar a decisão e instalar o Conselho Fiscal.

Apesar da turbulência, a empresa afirma que as operações seguem normalmente, mantendo milhares de empregos e serviços essenciais.

Troca no comando financeiro

Poucos dias antes de solicitar proteção judicial, a Ambipar substituiu o diretor financeiro João Daniel Piran de Arruda por Ricardo Rosanova Garcia, que acumulou também a função de diretor de Relações com Investidores.

O que faz a Ambipar

A Ambipar é uma empresa brasileira de gestão ambiental com presença em 41 países. Atua em projetos de descarbonização, economia circular, transição energética e regeneração ambiental, além de oferecer serviços de gestão de resíduos e respostas a emergências ambientais.

No segundo trimestre de 2025, o grupo registrou lucro líquido consolidado de R$ 23,9 milhões, seis vezes superior ao do mesmo período de 2024. Contudo, o lucro atribuído aos controladores apresentou prejuízo de R$ 33,1 milhões, o que indica que a maior parte dos resultados positivos veio de subsidiárias com participação de sócios minoritários.

Com informações do Valor Econômico

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.