Ações da Tesla caem drasticamente após posse de Trump, aponta analista da XP
As ações da Tesla sofreram uma queda de 40% após a posse de Donald Trump, impactadas por diversos fatores, como o recall da picape Cybertruck e protestos contra a empresa.

As ações da Tesla sofreram uma queda significativa desde a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, com perdas superiores a 40%. A analista global Maria Irene Jordão, da XP, abordou o impacto dessa mudança no cenário político e os fatores que contribuem para a desvalorização das ações da empresa, em sua participação no programa Morning Call da XP nesta segunda-feira (24). Em sua análise, ela aponta que as expectativas do mercado sobre a aproximação entre Elon Musk e Trump não se concretizaram como se esperava, e outros fatores, como a associação de Musk ao governo Trump, contribuíram para os desafios enfrentados pela empresa.
Queda das ações da Tesla
A primeira e mais evidente mudança no desempenho da Tesla foi a queda abrupta de suas ações logo após a posse de Donald Trump. Se, no início, havia uma expectativa de que a aproximação de Musk com Trump poderia trazer benefícios à Tesla, esse cenário rapidamente se reverteu. Após a posse de Trump, as ações da Tesla passaram a sofrer uma desvalorização que já ultrapassa 40%, voltando ao patamar de antes da eleição de 2024. Para os investidores, a associação de Musk ao governo de Trump não gerou os efeitos positivos esperados.
Protestos e problemas com o Cybertruck
Outro fator que contribui para a queda nas ações da Tesla é o recall recente da picape Cybertruck, que passou a ser afetada por um defeito de fabricação. A situação foi agravada por uma série de problemas que o modelo já vinha enfrentando. Maria Irene Jordão aponta que isso representa um sério risco reputacional para a marca, algo que pode influenciar a confiança dos consumidores e investidores na empresa.
Além disso, a ligação entre Elon Musk e o governo Trump gerou um ambiente de hostilidade, com protestos e atos de vandalismo em várias unidades da Tesla e em seus veículos nos Estados Unidos. Esses atos de protesto, combinados com a crise de imagem provocada pelos defeitos nos produtos, impactaram negativamente as vendas da empresa. O cenário parece estar cada vez mais difícil para a Tesla, que tem visto uma retração nas compras de seus veículos.
Impactos externos
Outro ponto crucial abordado por Maria Irene Jordão são as tarifas de importação impostas pelo governo Trump, que têm repercussões não apenas nos Estados Unidos, mas no comércio global como um todo. A analista apontou que as tarifas comerciais têm sido um dos principais riscos para o comércio internacional, afetando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou suas projeções de crescimento, reduzindo a estimativa de 2,4% para 2,2% para este ano e de 2,2% para 1,6% para o ano seguinte. A preocupação é que essas tarifas possam prejudicar a troca de bens e serviços entre os países, desacelerando o crescimento global.