Entre multidões de fãs, conquistas empresariais e controvérsias, Virginia Fonseca é, hoje, a maior influencer digital do Brasil. Aos 26 anos, ela acumula títulos como influenciadora, empresária, apresentadora e dançarina, um conjunto de papéis que ajudam a explicar seu sucesso, traduzido em mais de 50 milhões de seguidores nas redes sociais.

Em 2025, o nome de Virgínia Fonseca está fortemente presente na mídia por conta de sua participação na chamada CPI das Bets, fato que, inclusive, resultou na perda de milhões de seguidores nas redes sociais. Neste artigo, você conhece um pouco mais sobre a trajetória da influenciadora, passando por sua ascensão digital, a criação da marca WePink e o envolvimento no polêmico caso das apostas esportivas.

Virgínia antes da fama 

Muito se pergunta sobre a vida da empresária e influenciadora antes de ela angariar milhões de seguidores nas redes. Parte desse interesse, ao que tudo indica, vem de sua ascensão meteórica; por outro lado, há quem se impressione com as transformações na aparência de Virgínia ao longo dos anos.

Mineira, mas norte-americana de origem 

Bom, nascida em abril de 1999, Virgínia Pimenta da Fonseca Serrão Costa é filha de uma brasileira e um luso-americano que se conheceram nos Estados Unidos. A futura influenciadora veio ao mundo em Danbury, Connecticut, mas se mudou para o Brasil com a família aos 3 anos de idade, crescendo na cidade mineira de Governador Valadares.

Dj de funk

Aos 17 anos, Virgínia se mudou para Portugal, onde deu início às suas primeiras empreitadas profissionais, entre elas, uma breve passagem como DJ de funk. Em entrevista à revista Quem, ela contou que sua primeira apresentação aconteceu ainda em Minas Gerais, e revelou um pouco de suas motivações para seguir esse caminho.

“Sempre gostei muito de funk, sempre amei funk e não via muitos DJs de funk. Então, falei: ‘Quero ser DJ’”, disse ela.

De modo geral, Virgínia relembra o período como uma fase que “serviu de aprendizado”, embora tenha percebido que aquela não era sua verdadeira vocação. “Vi que não era o que eu gostava mesmo, e a gente tem que fazer o que a gente gosta”, disse a influencer.

Começo no YouTube

O início da trajetória influencer de Virgínia Fonseca veio no YouTube, praticamente na mesma época em que se arriscou como DJ, tendo inclusive abandonado essa carreira para focar exclusivamente na plataforma de vídeos. Por lá, compartilhava conteúdos variados, incluindo moda, desafios, vlogs do dia a dia em Portugal e dicas de beleza.

A ascensão no número de seguidores aconteceu após Virgínia compartilhar um vídeo com sua playlist de funk, que lhe rendeu mais de 100 mil inscritos. Ela relembra que, no início, “era só uma brincadeira, algo para passar o tempo”. Porém, com o aumento da audiência, percebeu o impacto da sua presença digital e decidiu levar o projeto mais a sério.

Leia também: Ranking dos maiores influenciadores digitais do Brasil.

Parceria que alavancou a influencer, mas gerou controvérsias

Pode-se dizer que a fama de Virgínia Fonseca nas redes se consolidou com suas participações nos vídeos do canal de Pedro Rezende, em 2017. No ano seguinte, ela e o youtuber assumiram um namoro. A parceria, que unia o relacionamento amoroso a uma colaboração profissional, ganhou visibilidade, mas também foi marcada por controvérsias e um término conturbado.

Nesse período, Virgínia aumentou significativamente sua projeção nas redes sociais ao começar a aparecer em vídeos mais pessoais no canal de seu então namorado. Esses vídeos mostravam seu cotidiano, interações com o público e, principalmente, sua participação em “desafios”. 

No entanto, essa exposição também trouxe à tona comentários nas redes sociais, com acusações de que o ex-namorado a teria exposto de forma seriamente constrangedora, especialmente em relação à sua aparência na época. 

O fim do vínculo profissional veio em 2020, junto com o término do relacionamento. O encerramento do contrato de Virgínia com a agência ADR, da qual Pedro Rezende era sócio, gerou repercussões que se estenderam por um bom tempo. 

Mesmo após o término, surgiram rumores de que Rezende teria processado Virgínia, o que ele negou publicamente. Segundo o youtuber, a rescisão resultou apenas no pagamento de uma multa por quebra contratual. Posteriormente, a influencer conseguiu reduzir essa multa pela metade.

Maior influenciadora digital do Brasil 

Imagem: Redes sociais/Reprodução

Hoje, Virgínia se destaca como o principal nome quando o assunto é influência digital. Essa grandeza se traduz em números, estejam eles em termos de seguidores ou de fortuna. Mais do que a maior, ela é também a mais rica da web brasileira. 

Embora em franca queda no engajamento após a última polêmica na CPI das Bets, no momento ela acumula: 

  • + de 52,8 milhões de seguidores no Instagram; 
  • + de 11,9 milhões de inscritos no Youube; 
  • + de 39,9 milhões de seguidores no TikTok. 

O patrimônio de Virgínia também é recorrente alvo de interesse dos seus seguidores. Afinal, sua vida pessoal é regularmente compartilhada nas redes. É raro o dia em que a influenciadora não publica um extenso carrossel de stories, revelando detalhes da rotina com as filhas e com o marido Zé Felipe, além de campanhas publicitárias e, claro, algumas de suas extravagâncias.

Em um dos episódios mais comentados (e nada isolado), ela exibiu a compra de uma mini bolsa da grife francesa Hermès, avaliada em mais de R$ 150 mil, além de presentear cada uma de suas filhas com bolsas da Louis Vuitton, ao custo de R$ 5 mil cada. Foi nessa ocasião que Virgínia soltou a já clássica frase: “Me mimei”, que viralizou e virou meme nas redes.

Mas, de onde vem a fortuna de Virgínia Fonseca? 

Engana-se quem pensa que a maior parte do patrimônio de Virgínia vem da monetização direta das redes sociais — por mais expressivos que sejam seus números. Eles até contribuem, mas mais por conta de contratos publicitários que surgem da grande presença digital. Para resumir, confira algumas das principais fontes de renda da influenciadora:

WePink

A principal fonte de riqueza de Virgínia, na verdade, vem do mundo dos negócios. Seu maior destaque é a WePink, marca de cosméticos que ela co-fundou ao lado da empresária Samara Pink. A empresa começou com um único produto — o “sérum 10 em 1” — e rapidamente expandiu seu portfólio para mais de 35 itens, incluindo os perfumes “Virgínia Fonseca” e “Zé Felipe”.

A WePink se tornou um verdadeiro estudo de caso no setor, sendo reconhecida como uma das DNVBs (Digitally Native Vertical Brands) mais bem-sucedidas do mundo. E tudo indica que Virgínia tem conseguido converter seu engajamento nas redes em resultados financeiros expressivos.

Segundo a influenciadora, apenas suas campanhas publicitárias e transmissões ao vivo já contribuíram com R$ 60 milhões para o faturamento da marca. Em 2023, a empresa movimentou cerca de R$ 750 milhões. Os dados foram compartilhados por ela, durante suas falas na CPI das Bets. 

Leia também:

Outros negócios 

  • WPink: após o sucesso da linha de cosméticos, expandiu para o setor de suplementos alimentares. A nova frente da empresa oferece produtos voltados ao bem-estar, beleza e saúde feminina, como colágeno, multivitamínicos e cápsulas focadas em cuidados com cabelo, pele e unhas. 
  • Talismã Digital: empresa gerenciada pela família Zé Felipe voltada à gestão de carreiras e marketing digital de artistas, influenciadores e personalidades da internet. Virgínia atua como sócia e figura estratégica na empresa. 
  • Maria’s Baby: voltada ao público infantil, a Maria’s Baby é uma marca de roupas e acessórios criada por Virgínia, com peças inspiradas em suas próprias filhas, Maria Alice e Maria Flor.

TV Aberta e contratos publicitários

Além de empresária e influenciadora, Virgínia também se lançou como apresentadora na TV aberta. Atualmente, ela comanda o Sabadou com Virgínia, no SBT, onde recebe convidados variados, sobretudo, artistas musicais e outros influencers. Pelo programa de auditório, ela estaria recebendo um salário estimado em R$ 40 mil, além dos ganhos com merchandising.

Fechando a lista de fontes de receita da influenciadora, estão contratos publicitários de peso. Um dos mais comentados foi com a Esportes da Sorte, site de apostas investigado na operação Integration. Posteriormente, ela passou a representar a Blaze, outra plataforma do mesmo segmento, também envolvida em investigações, com um contrato avaliado em R$ 29 milhões por ano.

Participação na CPI das Bets 

Virgínia Fonseca na CPI das Bets
Virgínia durante CPI no Senado (Imagem: Metrópoles/Reprodução)

É bem verdade que o nome de Virgínia Fonseca já circula com força há tempos, mas sua participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas rompeu algumas bolhas.  

No dia 13 de maio de 2025, no Senado Federal, ela prestou depoimento como testemunha na comissão que apura a divulgação irregular de jogos de azar online por influenciadores digitais. A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmou que o objetivo é compreender o papel dos influencers na promoção de jogos de azar, considerando os possíveis impactos sociais e psicológicos dessa prática. 

“Ninguém ganha das bets, elas existem para ganhar em cima do apostador. Isso é um problema de saúde pública”, disse a Senadora.

Por que o episódio foi tão polêmico? 

A sessão, que se estendeu por mais de três horas, teve tantos desdobramentos que vale organizar o episódio em alguns breves pontos principais: 

  • Críticas à postura de Virgínia:  uma das questões mais comentadas foi a maneira como ela se apresentou ao Senado. Na mídia, a aparência de Virgínia foi descrita como “despojada” e afastada de sua imagem nas redes: ela vestia um moletom estampado com a foto da filha, usava óculos discretos e levava uma grande garrafa rosa. Sua fala também chamou atenção por ser pouco formal e, em alguns momentos, evasiva — com direito a um descontraído “Bora pra cima” logo na abertura da comissão; 
  • “Cláusula da desgraça”:  durante o depoimento discutiu-se o contrato de Virgínia com a Esportes da Sorte, alvo da CPI por uma suposta cláusula que garantia aos influencers, um um percentual sobre as perdas dos apostadores. Virgínia negou a existência dessa cláusula, afirmando que a única bonificação era um possível aumento de 30% no cachê se ela dobrasse o lucro da empresa — meta que, segundo ela, nunca foi alcançada. 
  • Contas diferenciadas: outro momento polêmico foi o questionamento sobre o uso de contas especiais para os vídeos promocionais. “É uma conta que eles mandam senha. É uma conta feita para eu jogar. Não é uma conta fake”, declarou, ressaltando que, apesar de não ser a conta dos seguidores, o aplicativo era o mesmo acessado pelo público.
  • Momentos inusitados: a sessão também repercutiu nas redes por situações que beiram o cômico. Em um dos trechos, Virgínia supostamente confundiu o microfone com o canudo de sua garrafa, e em outro, ela foi simplesmente tietada, quando o senador Cleitinho (Republicanos) pediu uma foto com a influenciadora, em plena comissão.

Quais serão os próximos passos de Virgínia Fonseca? 

Quanto ao futuro de Virgínia, suas empresas seguem a todo vapor, impulsionadas por sua forte presença digital. Mas a grande dúvida que ainda paira para muitos é: qual é, afinal, a relação que ela terá com o mercado das Bets, daqui pra frente?

Ao fim da CPI, Virgínia afirmou que refletiria sobre os pontos levantados durante a sessão, mas fez questão de deixar claro que não se arrepende de suas escolhas até aqui. “Eu não me arrependo de absolutamente nada do que já fiz na minha vida. Acredito que tudo serviu de ensinamento. Vou chegar em casa e pensar, pode ter certeza”, declarou.

Questionada sobre possíveis prejuízos financeiros enfrentados por seguidores, a influenciadora foi direta ao dizer que não tem como intervir: “Eu não tenho poder de fazer nada. Então, aí, tá complicado”, disse. 

Após a comissão, Virgínia perdeu cerca de 600 mil seguidores — de 53,4 para 52,8 milhões. Entre as baixas, está a senadora Soraya Thronicke, que se disse decepcionada após a repercussão de um vídeo em que a influenciadora aparece cantando “Com dinheiro do tigrin” ao lado de Zé Felipe e Carlinhos Maia.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.