Cacau Show e Kopenhagen: entenda a disputa pela marca ‘Língua de Gato’
Cacau Show e Kopenhagen estão no centro de uma disputa judicial pelo direito de usar a marca Língua de Gato. Descubra como isso afeta o mercado e o que muda para consumidores e investidores!

Quem nunca ouviu falar sobre Cacau Show e Kopenhagen? Nos últimos anos, o mercado de chocolates no Brasil tem sido palco de uma verdadeira batalha entre essas duas grandes empresas. A disputa vai muito além da concorrência por clientes; envolve estratégias de marketing afiadas, debates sobre propriedade intelectual e até mesmo como o consumidor enxerga cada marca.
No meio desse embate, não são apenas os chocólatras que saem impactados — o desempenho financeiro e a reputação das empresas também entram em jogo.
Aqui no Melhor Investimento, reunimos a trajetória dessas duas marcas, o valor que carregam, o crescimento que tiveram e, claro, a polêmica envolvendo a Língua de Gato da Kopenhagen. Também vamos falar sobre o impacto dessa disputa no mercado, a reação do público e o que esperar para o futuro do setor de chocolates. Boa leitura!
Sumário
- Cacau Show: contexto histórico e valor de marca
- A trajetória de crescimento da Cacau Show
- Qual a origem da Kopenhagen?
- A importância da Língua de Gato para a Kopenhagen
- Por que a Kopenhagen deixou de ter exclusividade sobre a marca ‘Língua de Gato’?
- Análise financeira das empresas Cacau Show e Kopenhagen
- Impacto da disputa nos resultados financeiros
- Propriedade intelectual e direito de marca
- Reação do mercado e dos consumidores
- Análise de riscos e oportunidades da Cacau Show e Kopenhagen
- Franquias da Cacau Show e Kopenhagen
- É verdade que a Cacau Show comprou a Kopenhagen?
- Perspectivas futuras para o setor de chocolates
Cacau Show: contexto histórico e valor de marca
A história da Cacau Show começou quase por acaso, lá em 1988, quando Alexandre Tadeu da Costa, então com 17 anos, decidiu revender chocolates na Páscoa. Ele recebeu um pedido de 2 mil ovos de 50g, mas, ao tentar comprar de uma fábrica, recebeu um “não” – eles não tinham capacidade para produzir tudo.
Em vez de desistir, ele resolveu dar um jeito: comprou a matéria-prima, chamou uma senhora que fazia chocolates caseiros e fez os ovos por conta própria. No final, conseguiu entregar tudo e faturou US$ 500.
Com esse valor, Alexandre viu uma oportunidade e decidiu investir no próprio negócio. A Cacau Show começou pequena, em uma salinha dentro da empresa dos pais. Mas, aos poucos, a marca foi ganhando espaço. Em 2001, abriu a primeira loja, e, um ano depois, já tinha 18 unidades espalhadas pelo Brasil. O crescimento foi tão rápido que, em poucos anos, a Cacau Show se tornou a maior rede de chocolates finos do país.
A trajetória de crescimento da Cacau Show
Em 2008, a Cacau Show se tornou a maior rede de chocolates do mundo. Dois anos depois, Alexandre bateu uma de suas metas mais ambiciosas: atingir mil lojas no Brasil.
Em 2013, ele fundou a Cacau Par, uma holding que controla a Cacau Show e 50,1% da Brigaderia. Além disso, seu trabalho rendeu diversos prêmios. Em 2011, foi eleito Empreendedor do Ano pela Ernst & Young, sendo o único brasileiro na premiação. Em 2013, ganhou o título de Varejista do Ano no World Retail Awards e chegou a ser chamado de “Bill Gates do chocolate”.
Com o tempo, a empresa cresceu tanto que virou uma das maiores redes de franquias de chocolate do mundo. E não parou por aí! Ainda criou o Parque da Cacau Show, um espaço que celebra esse universo delicioso e garante uma experiência imersiva para os amantes de chocolate.
Com essa trajetória inspiradora, Alexandre transformou um “não” em um império do chocolate. E, pelo visto, a Cacau Show ainda tem muito a crescer!
Qual a origem da Kopenhagen?
Já a Kopenhagen tem um contexto bem mais antigo. Fundada em 1928 pelo casal Anna e David Kopenhagen, a marca sempre teve um ar de sofisticação e exclusividade. Com embalagens elegantes e produtos premium, conquistou um lugar especial no mercado e virou sinônimo de luxo quando o assunto é chocolate no Brasil.
Cada uma dessas marcas tem seu próprio jeito de se destacar: enquanto a Cacau Show aposta na inovação e acessibilidade, a Kopenhagen mantém seu DNA de tradição e requinte. E é justamente essa diferença que torna a disputa entre elas tão interessante!
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A importância da Língua de Gato para a Kopenhagen
Lançada nos anos 1950, a Língua de Gato é, sem dúvida, um dos chocolates mais clássicos da Kopenhagen. Seu formato e sabor ajudaram a Kopenhagen a se firmar como uma marca de prestígio no mercado.
Mas a Língua de Gato vai muito além de um simples chocolate. Para a Kopenhagen, ela representa toda a tradição que a empresa sempre fez questão de manter.
Justamente por isso, qualquer disputa legal envolvendo esse produto pode mexer com a imagem da marca e até com a forma como os consumidores a enxergam. Afinal, quando se fala em Kopenhagen, a Língua de Gato é uma das primeiras coisas que vem à mente!
Por que a Kopenhagen deixou de ter exclusividade sobre a marca ‘Língua de Gato’?

Em uma decisão recente, a juíza federal Laura Bastos Carvalho, da 12ª Vara Federal do Rio de Janeiro/RJ, determinou que a Kopenhagen não possui exclusividade sobre a marca “Língua de Gato”.
A juíza concluiu que a expressão é de uso comum e se refere a chocolates com formato oblongo e achatado, permitindo que outras fabricantes de chocolate a utilizem. Esse caso destaca a aplicação rigorosa da Lei de Propriedade Industrial no Brasil e a atuação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) na proteção dos interesses coletivos e na promoção da concorrência.
A ação foi movida pela Cacau Show, que solicitou a anulação dos registros da marca no INPI, argumentando que “língua de gato” é uma expressão descritiva e amplamente utilizada para chocolates com um formato específico. Por sua vez, a Kopenhagen sustentou que a marca “Língua de Gato” havia adquirido distintividade ao longo do tempo e que a expressão não era de uso comum ou descritiva. Após avaliar os argumentos, a juíza decidiu pela anulação do registro para chocolates e doces.
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Análise financeira das empresas Cacau Show e Kopenhagen
A análise financeira das duas empresas revela um panorama interessante. Confira:
Cacau Show
- Além dos chocolates, a marca já investiu em hotéis e até em um parque de diversões, e agora segue com um plano ousado de expansão. A meta? Chegar a 4.750 lojas até o fim do ano, abrindo mais 550 unidades pelo Brasil.
- Hoje, já são 4.500 lojas em operação, e esse crescimento vem acompanhado de números impressionantes. Depois de faturar R$ 5,1 bilhões em 2023, a expectativa da empresa é bater a marca de R$ 6,5 bilhões em vendas este ano.
Kopenhagen
- A Kopenhagen movimenta cerca de R$ 1,8 bilhão em receita e não para de crescer. Hoje, a marca já conta com 1.100 lojas, mas a ideia é ir muito além: a meta é alcançar 3.000 unidades até 2026.
- Em setembro de 2023, a Nestlé comprou a Kopenhagen em um negócio de R$ 4,5 bilhões, reforçando ainda mais sua presença no mercado de chocolates premium.
- Quando o assunto é lucro, as duas gigantes têm margens parecidas: entre 10% e 15% para a Kopenhagen e cerca de 15% para a Cacau Show.
Análise geral das empresas
A Cacau Show tem expandido sua rede de franquias e investido em inovação, o que tem impulsionado seu crescimento em receita e lucro. Já a Kopenhagen mantém uma posição consolidada no mercado premium, com margens de lucro mais elevadas, embora com um crescimento mais moderado.
As duas marcas estão com planos ambiciosos de crescimento. A Cacau Show segue abrindo novas lojas e até explorando mercados internacionais, enquanto a Kopenhagen aposta em melhorar a experiência nas suas unidades e trazer novidades para o público que busca chocolates mais sofisticados.
Cada empresa adota estratégias diferentes para se destacar no mercado. Enquanto a Cacau Show alcança um público mais amplo, a Kopenhagen segue focada em sua tradição e exclusividade.
Impacto da disputa nos resultados financeiros
A disputa entre Cacau Show e Kopenhagen não está sendo barata para nenhum dos lados. Ambas as marcas têm investido pesado em advogados e especialistas para defender seus interesses, e isso, claro, pesa no bolso. No fim das contas, esses gastos refletem diretamente nos resultados financeiros das empresas.
Além disso, essa briga pode impactar outras áreas, como investimentos em expansão, publicidade e promoções. Se uma das marcas sentir a necessidade de reduzir preços para atrair clientes, as margens de lucro podem sofrer.
E tem um fator essencial: a opinião do consumidor. Dependendo de como essa disputa terminar, uma das empresas pode sair fortalecida, enquanto a outra pode ter sua imagem prejudicada. Isso afeta vendas, fidelidade do público e participação de mercado.
Mas uma coisa é certa: ambas precisam continuar inovando. Seja com novos produtos, parcerias estratégicas ou experiências exclusivas, a criatividade será um diferencial para manter a relevância no mercado.
A longo prazo, essa disputa pode mudar a forma como essas empresas encaram a proteção de suas marcas. Novas estratégias, mudanças nos portfólios de produtos e até ajustes internos podem ser consequências diretas do que está acontecendo agora.
Propriedade intelectual e direito de marca
Nesse tipo de disputa, a propriedade intelectual e o direito de marca são pontos-chave. No Brasil, as marcas registradas têm proteção legal, mas a questão da originalidade e do uso contínuo pode complicar a história.
No caso da Cacau Show e da Kopenhagen, a briga envolve alegações de violação de marca registrada. As duas têm seus argumentos e tentam provar quem realmente tem o direito sobre certos produtos e embalagens.
E não é como se fosse a primeira vez que isso acontece. Existem vários casos na justiça brasileira que podem servir de base para a decisão final. O que os juízes decidiram em disputas anteriores pode influenciar bastante o desfecho dessa história.
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Precedentes e possíveis impactos legais para os investidores
Quem investe nessas empresas precisa ficar de olho. Olhando para casos parecidos, dá para ter uma ideia dos riscos e preparar estratégias para minimizar possíveis perdas.
Dependendo do que a justiça decidir, uma das empresas pode ser obrigada a modificar produtos, mudar embalagens ou até pagar indenizações pesadas. Tudo isso afeta diretamente os números do balanço financeiro.
Para quem investe, entender os impactos dessa disputa é essencial. O valor das ações pode oscilar bastante, e qualquer mudança na estratégia das empresas pode refletir no mercado.
Além disso, essa briga mostra como é fundamental que uma empresa registre sua marca no INPI. Isso garante exclusividade e evita problemas no futuro. A Cacau Show já enfrentou essa questão e continua brigando nos tribunais para manter seus direitos.
Reação do mercado e dos consumidores
Quando grandes empresas entram em uma disputa judicial, o mercado reage rapidamente. No caso da Kopenhagen e da Cacau Show, a repercussão tem sido grande, e os investidores estão atentos a cada novo capítulo.
Os consumidores também sentem o impacto. Dependendo do que sair na mídia, a lealdade à marca pode ser abalada. Se uma das empresas for vista como “vilã”, pode acabar perdendo clientes no processo.
Para evitar danos à reputação, ambas têm investido pesado em comunicação. Declarações oficiais, campanhas de marketing e até ações de engajamento com o público são algumas das formas que elas estão usando para manter a confiança dos consumidores.
Análise de riscos e oportunidades da Cacau Show e Kopenhagen
Toda disputa traz riscos. Para essas duas marcas, os maiores são: danos à reputação, altos custos com advogados e possíveis perdas de mercado. Sem falar que a incerteza do desfecho pode influenciar decisões estratégicas.
Por outro lado, quem vencer essa batalha pode ganhar uma vantagem competitiva enorme. A empresa que sair por cima pode fortalecer sua posição no mercado e até aumentar sua base de clientes. Além disso, o confronto pode incentivar inovações e melhorias nos produtos e serviços.
Para os investidores, acompanhar de perto o desenrolar da disputa e as reações do mercado pode ser a chave para tomar boas decisões e ajustar a estratégia no momento certo.
Franquias da Cacau Show e Kopenhagen

A Cacau Show tem um dos maiores sistemas de franquia de chocolates do planeta. São milhares de lojas espalhadas pelo Brasil, e a empresa oferece todo suporte necessário para quem quer empreender no ramo.
Já a Kopenhagen aposta em um modelo de franquia mais voltado para o público premium. O foco é manter um alto padrão de qualidade e atendimento, o que faz com que seus franqueados tenham que seguir um padrão bem rigoroso.
As franquias são um ótimo termômetro para medir o sucesso das empresas. A Cacau Show, com seu modelo mais acessível, continua expandindo. A Kopenhagen, por outro lado, foca em margens de lucro mais altas, mesmo com um crescimento um pouco mais lento.
Quanto custa uma franquia da Cacau Show?
Se você quer abrir uma unidade da Cacau Show, existem várias opções de investimento. Aqui estão algumas delas:
- Loja convencional: a partir de R$160 mil.
- Microfranquia de distribuição: investimento inicial de R$19 mil.
- Microfranquia Cacau Show: a partir de R$35 mil.
- Microfranquia gelateria: começa em R$38 mil.
- Quiosque: investimento inicial de R$45 mil.
Quanto custa uma franquia da Kopenhagen?
Se a ideia for investir na Kopenhagen, o valor inicial gira em torno de R$45 mil. O retorno do investimento pode levar até 36 meses, e a rentabilidade média fica entre 10% e 15% do faturamento mensal. Em um ano, a expectativa de vendas pode chegar a R$1,5 milhão.
É verdade que a Cacau Show comprou a Kopenhagen?
Essa é uma dúvida comum que vemos nas redes sociais. Mas, como já mencionamos, foi a Nestlé que comprou a Kopenhagen em setembro de 2023. Ou seja, é mito que a Cacau Show comprou a Kopenhagen.
Perspectivas futuras para o setor de chocolates
O mercado de chocolates está sempre evoluindo. Cada vez mais, os consumidores buscam opções saudáveis, produtos sustentáveis e novos sabores. Quem quiser se manter competitivo vai precisar se adaptar a essas tendências.
Tanto a Cacau Show quanto a Kopenhagen já estão de olho nisso. Elas vêm investindo em chocolates orgânicos, embalagens ecológicas e iniciativas sociais para ganhar ainda mais a confiança do público.
O cenário é positivo para o setor. Com a crescente demanda por produtos diferenciados e experiências inovadoras, as duas marcas têm uma grande oportunidade para continuar crescendo e conquistando novos consumidores.
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