Salário mínimo 2026: valor de R$ 1.621 começa a valer em janeiro

O governo federal oficializou o salário mínimo 2026 em R$ 1.621, com reajuste de 6,79%.

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30 de dez, 2025 às 10:30
Pessoa segurando notas de 100 reais, dinheiro em cédulas brasileiras, com destaque para as características das notas. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O salário mínimo 2026 foi oficialmente definido pelo governo federal em R$ 1.621, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União. O novo valor representa um reajuste de 6,79% em relação ao piso atual e passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2026, com pagamento efetivo nos salários depositados em fevereiro.

A definição do salário mínimo é uma das medidas econômicas mais relevantes do ano, pois afeta diretamente milhões de brasileiros, incluindo trabalhadores formais, aposentados, pensionistas do INSS e beneficiários de programas sociais. Além disso, o valor do piso nacional serve de base para contratos, benefícios e políticas públicas em todo o país.

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O que muda com o salário mínimo 2026

Com o reajuste, o salário mínimo sobe dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.621, um aumento nominal de R$ 103. Na prática, isso significa:

  • Valor diário: R$ 54,04
  • Valor por hora: R$ 7,37

O novo piso nacional entra em vigor em todo o território brasileiro, impactando tanto o setor público quanto o setor privado. Empresas que pagam salários atrelados ao mínimo precisarão ajustar suas folhas de pagamento a partir do próximo ano.

Quando o novo salário mínimo começa a valer

Embora o salário mínimo 2026 tenha vigência legal a partir de 1º de janeiro, os trabalhadores só recebem o valor reajustado no pagamento referente ao mês de janeiro, realizado em fevereiro, seguindo o calendário tradicional de salários.

Esse mesmo cronograma se aplica a aposentados e pensionistas do INSS que recebem o piso nacional, bem como aos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Quem é impactado pelo reajuste do salário mínimo

O impacto do salário mínimo vai além dos trabalhadores que recebem exatamente esse valor. O piso nacional é referência direta para:

  • Aposentadorias e pensões pagas pelo INSS no valor mínimo
  • Beneficiários do BPC
  • Abonos, auxílios e programas sociais vinculados ao mínimo
  • Contratos trabalhistas indexados ao piso nacional

Por isso, qualquer alteração no salário mínimo tem efeito em cadeia sobre a economia, o consumo e as contas públicas. Segundo estimativas do governo, milhões de brasileiros têm renda direta ou indireta vinculada ao piso.

Por que o salário mínimo foi fixado em R$ 1.621

Se fosse aplicada apenas a regra constitucional de correção pela inflação, o salário mínimo 2026 seria reajustado exclusivamente com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). A inflação acumulada em 12 meses até novembro ficou em 4,18%, o que elevaria o piso para cerca de R$ 1.582.

No entanto, o governo optou por manter a política de valorização do salário mínimo, que garante ganho real acima da inflação. Essa política foi retomada no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após ter sido interrompida em governos anteriores.

Regra de cálculo do salário mínimo: inflação e PIB

Desde 2023, uma medida aprovada pelo Congresso incorporou à legislação a regra que combina:

  • A variação do INPC até novembro
  • O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes

Como o PIB de 2024 cresceu 3,4%, a aplicação integral da fórmula levaria o salário mínimo 2026 para aproximadamente R$ 1.636.

No entanto, esse valor não foi adotado integralmente por causa de limitações fiscais.

Por que o reajuste ficou abaixo do valor máximo possível

Em dezembro do ano passado, o governo aprovou uma lei que limitou o ganho real do salário mínimo a 2,5% acima da inflação. A medida faz parte das regras do novo arcabouço fiscal, criado para controlar o crescimento das despesas públicas.

Com esse teto, o reajuste do salário mínimo 2026 ficou abaixo do que seria calculado pela fórmula completa, resultando no valor final de R$ 1.621. Segundo o governo, a limitação busca equilibrar a valorização do piso com a sustentabilidade das contas públicas.

Diferença em relação a governos anteriores

Durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, o salário mínimo foi reajustado apenas pela inflação, sem aumento real do poder de compra. Já no atual governo, o piso voltou a registrar ganhos reais, ainda que limitados pelas regras fiscais.

Para especialistas, a retomada da valorização do salário mínimo tende a estimular o consumo e reduzir desigualdades, mas exige cautela para não pressionar excessivamente o orçamento federal.

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