Azul (AZUL4) lança oferta de ações de R$ 7,4 bilhões em etapa da recuperação judicial
Emissão de novas ações faz parte do plano da companhia em recuperação judicial
Imagem: Facebook/Azul Linhas Aéreas Brasileiras
A Azul Linhas Aéreas deu mais um passo no seu processo de recuperação judicial ao apresentar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido para realizar um aumento de capital estimado em R$ 7,4 bilhões. A iniciativa foi formalizada nos últimos dias e faz parte da estratégia da empresa para reduzir dívidas financeiras e fortalecer sua estrutura de capital.
O plano prevê a emissão de uma quantidade expressiva de novas ações, tanto ordinárias quanto preferenciais, que serão usadas principalmente para converter passivos financeiros em participação acionária.
Com isso, credores passam a se tornar sócios da companhia, reduzindo o volume de obrigações financeiras no balanço.
A proposta envolve a criação de 723,9 bilhões de ações ordinárias e o mesmo número de ações preferenciais. Os preços unitários definidos são bastante baixos, o que reflete o estágio atual da empresa no processo de reorganização.
Cada ação ordinária foi precificada em R$ 0,00013527, enquanto as preferenciais ficaram em R$ 0,01014509.
Como funcionará a subscrição
De acordo com as informações divulgadas, a subscrição será feita por meio de lotes padronizados, chamados de cestas.
No caso das ações ordinárias, cada cesta reúne 1 milhão de papéis, com custo total de R$ 135,27. Já para as ações preferenciais, o investidor poderá adquirir 10 mil unidades por R$ 101,45.
Esse modelo busca simplificar a operação e viabilizar a conversão dos títulos de dívida emitidos no exterior, que estão no centro do plano de capitalização apresentado pela Azul.
Prioridade para acionistas atuais
Os acionistas que já fazem parte da base da companhia terão direito de preferência para participar da oferta. As datas de referência para esse direito foram fixadas em 19 e 30 de dezembro de 2025, conforme o tipo de ação.
O período para exercício da prioridade começa em 23 de dezembro de 2025 e vai até 5 de janeiro de 2026. Após essa etapa, as novas ações deverão ser negociadas normalmente na B3, com estreia prevista para 8 de janeiro, seguida da liquidação financeira no dia seguinte.
Efeitos financeiros e de mercado
Do ponto de vista financeiro, o aumento de capital tende a provocar uma diluição relevante da participação dos acionistas atuais, um efeito comum em processos de recuperação judicial.
Em contrapartida, a redução do endividamento pode melhorar a capacidade da empresa de honrar compromissos e manter suas operações no curto e médio prazo.
O movimento também é acompanhado de perto pelo mercado, já que o setor aéreo ainda enfrenta desafios como custos elevados, variação cambial e margens apertadas.
A conversão de dívidas em capital é vista como uma tentativa de dar maior previsibilidade financeira à companhia em um momento de reestruturação.
O pedido ainda será analisado pela CVM, mas a proposta sinaliza que a Azul segue avançando nas etapas previstas para reorganizar suas finanças e buscar maior estabilidade operacional.
Este conteúdo foi útil? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: