Governo da Venezuela critica bloqueio de petroleiros imposto por Trump

A Venezuela criticou duramente o bloqueio de petroleiros anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificando a medida como irracional e uma ameaça à soberania nacional.

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17 de dez, 2025 às 13:52

A Venezuela classificou como “irracional” e uma “ameaça grotesca” o bloqueio de petroleiros anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A reação ocorreu na última terça-feira (16), após o líder americano afirmar que embarcações associadas ao país seriam alvo de sanções e restrições. O governo venezuelano acusa os EUA de violar o Direito Internacional e afirma que levará o caso à Organização das Nações Unidas (ONU).

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Em comunicado divulgado à imprensa e compartilhado pela vice-presidente Delcy Rodríguez, o governo da Venezuela afirmou que o bloqueio de petroleiros representa uma ação ilegal, hostil e desproporcional. Segundo a nota, a medida anunciada por Trump configura uma ameaça direta à soberania nacional e à livre navegação em águas internacionais.

De acordo com o texto, a iniciativa do governo americano viola princípios fundamentais do Direito Internacional, além de ferir regras do livre comércio. A Venezuela sustenta que não existe base legal para impedir a circulação de navios que entram ou saem do país com cargas de petróleo.

Denúncia à ONU e acusação de violação da soberania

O governo venezuelano informou que o embaixador do país junto à ONU apresentará uma denúncia formal sobre o caso. A representação diplomática deve apontar o bloqueio de petroleiros como uma “grave violação” da soberania venezuelana e dos acordos internacionais que garantem a liberdade de navegação.

Segundo o comunicado, a Venezuela considera o anúncio de Trump uma tentativa de impor, de forma unilateral, um bloqueio naval de caráter militar. O governo afirma que esse tipo de ação só poderia ocorrer com autorização de organismos multilaterais, o que não aconteceu.

Governo acusa EUA de interesses econômicos e estratégicos

Ainda na nota, Caracas afirma que a real motivação do bloqueio de petroleiros não seria a segurança internacional, mas sim o interesse dos Estados Unidos nas riquezas naturais do país. O texto menciona diretamente o petróleo, as terras e os minerais venezuelanos como alvos da política americana.

“O presidente dos Estados Unidos pretende impor, de maneira absolutamente irracional, um suposto bloqueio naval militar à Venezuela com o objetivo de roubar as riquezas que pertencem à nossa pátria”, afirma o comunicado oficial.

O governo venezuelano sustenta que as sanções fazem parte de uma estratégia de pressão econômica para enfraquecer o país e interferir em seus assuntos internos.

Discurso contra intervenção estrangeira

A declaração divulgada pelo governo classifica a postura do presidente americano como “intervencionista” e “colonialista”. Segundo o texto, a Venezuela reforça que não aceitará qualquer tentativa de dominação estrangeira.

“A Venezuela jamais voltará a ser colônia de império ou de qualquer poder estrangeiro”, afirma o comunicado, acrescentando que o país seguirá defendendo sua independência e soberania com apoio de sua população.

Anúncio do bloqueio por Trump nas redes sociais

O bloqueio de petroleiros foi anunciado mais cedo pelo presidente Donald Trump em uma publicação na rede social Truth Social. No post, o republicano voltou a chamar o governo do presidente Nicolás Maduro de “ilegítimo” e afirmou que os Estados Unidos não permitirão que o que chamou de “regime hostil” utilize recursos que, segundo ele, pertencem ao povo americano.

Trump declarou ainda que os EUA passarão a tratar o governo venezuelano como uma “organização terrorista estrangeira”, elevando o tom das acusações contra Caracas.

Escalada de tensões e impacto no setor de petróleo

O anúncio do bloqueio de petroleiros aprofunda a crise diplomática entre os dois países e pode gerar impactos relevantes no mercado internacional de petróleo. A Venezuela possui uma das maiores reservas do mundo e enfrenta dificuldades para exportar sua produção devido às sanções já existentes.

Especialistas avaliam que novas restrições podem afetar rotas comerciais e aumentar a instabilidade no setor energético global.

Contexto das sanções à Venezuela

Os Estados Unidos mantêm sanções contra a Venezuela há vários anos, com foco especial na estatal petrolífera PDVSA. O objetivo declarado de Washington é pressionar o governo de Nicolás Maduro por mudanças políticas no país.

O que esperar a partir de agora

A denúncia anunciada na ONU deve ampliar o debate internacional sobre o bloqueio de petroleiros e seus possíveis desdobramentos. A Venezuela busca apoio de aliados e organismos multilaterais para contestar a medida, enquanto os Estados Unidos mantêm uma postura de endurecimento contra o governo Maduro.

O caso deve continuar no centro das discussões diplomáticas e econômicas nos próximos dias, com reflexos diretos para o setor de petróleo e para as relações internacionais na América Latina.

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