Trump anuncia bloqueio a petroleiros da Venezuela e amplia tensão com Caracas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um bloqueio total a petroleiros da Venezuela alvos de sanções, afirmando que o país está cercado por forças militares americanas.

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Última atualização:  17 de dez, 2025 às 11:57
Close-up extremo do rosto de Donald Trump. Ele veste um terno escuro e uma gravata, e olha diretamente para a frente com uma expressão séria e concentrada. Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última terça-feira (16) um bloqueio a petroleiros da Venezuela, elevando de forma significativa a tensão diplomática e militar entre Washington e Caracas. Segundo Trump, a medida atinge todas as embarcações sancionadas que entram ou saem do país sul-americano, que estaria, de acordo com ele, “completamente cercado” por forças norte-americanas.

O anúncio foi feito por meio da rede social Truth Social e ocorre em meio a um endurecimento da política externa dos EUA contra o governo de Nicolás Maduro. O bloqueio a petroleiros da Venezuela é apresentado pela Casa Branca como resposta a acusações de roubo de petróleo, financiamento ilícito e envolvimento com atividades criminosas transnacionais.

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De acordo com Trump, o bloqueio a petroleiros da Venezuela tem como alvo embarcações previamente incluídas em listas de sanções americanas. Essas embarcações, segundo o presidente, não poderão operar livremente nas rotas de exportação do petróleo venezuelano.

“O país está cercado pela maior armada já reunida na história da América do Sul”, escreveu Trump. Ele afirmou ainda que o cerco militar será ampliado gradualmente até que, segundo suas palavras, a Venezuela devolva “todo o petróleo, terras e outros bens que foram roubados dos Estados Unidos”.

Acusações contra o governo Maduro

No mesmo comunicado, Trump acusou o governo venezuelano de usar a renda do petróleo para sustentar um “regime ilegítimo”. Ele também associou Caracas a crimes como terrorismo, tráfico internacional de drogas, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros.

Essas acusações são usadas como base política e jurídica para justificar o bloqueio a petroleiros da Venezuela, além do reforço do aparato militar americano na região do Caribe.

Regime venezuelano é classificado como organização terrorista

Trump afirmou que, diante dessas práticas, o governo de Nicolás Maduro foi oficialmente designado pelos Estados Unidos como uma Organização Terrorista Estrangeira. Essa classificação permite a adoção de medidas mais duras, incluindo apreensões marítimas e bloqueios comerciais.

Segundo o presidente americano, a designação fortalece o argumento de que o petróleo venezuelano estaria sendo usado para financiar atividades ilegais, o que, na visão de Washington, torna o bloqueio a petroleiros da Venezuela uma ação necessária para a segurança regional.

Presença militar dos EUA no Caribe

Desde agosto, os Estados Unidos vêm ampliando sua presença militar no Caribe. Inicialmente, a Casa Branca justificou o deslocamento de navios e aeronaves como parte de operações de combate ao tráfico internacional de drogas.

Com o novo anúncio, o bloqueio a petroleiros da Venezuela passa a ser interpretado como parte de uma estratégia mais ampla de pressão política e econômica contra o governo Maduro, combinando sanções financeiras, ações militares e isolamento diplomático.

Embarcações já sancionadas são diretamente afetadas

Segundo o site Axios, ao menos 18 petroleiros sancionados pelos Estados Unidos estão atualmente em águas venezuelanas. Essas embarcações podem ser imediatamente impactadas pelo bloqueio, o que tende a dificultar ainda mais o escoamento da produção de petróleo do país.

Mesmo sob sanções, a Venezuela ainda exporta cerca de 1 milhão de barris de petróleo por dia, número sustentado, em parte, pelo uso de rotas alternativas e embarcações não convencionais.

Governo venezuelano reage e critica decisão

Em resposta, o governo da Venezuela classificou o anúncio de Trump como uma “ameaça grotesca” e “absolutamente irracional”. Em comunicado oficial, Caracas afirmou que a medida viola o direito internacional e agrava o risco de instabilidade na região.

O presidente Nicolás Maduro tem reiterado que as sanções e o bloqueio a petroleiros da Venezuela representam uma forma de agressão econômica contra o país.

Histórico de sanções e uso de “navios fantasmas”

As sanções ao setor petrolífero venezuelano começaram em 2019, durante o primeiro mandato de Trump. Desde então, especialistas apontam que o governo Maduro passou a recorrer a “navios fantasmas”, que mudam frequentemente de nome, bandeira e registro para escapar das punições.

De acordo com a S&P Global, cerca de 20% dos petroleiros em operação no mundo podem estar envolvidos em esquemas de contrabando de petróleo de países sob sanções, como Venezuela, Rússia e Irã.

Apreensão de petroleiro intensificou crise

No dia 10 de dezembro, forças dos Estados Unidos apreenderam o petroleiro Skipper no Mar do Caribe, próximo à costa venezuelana. A embarcação, sancionada desde 2022, navegava com bandeira da Guiana, que posteriormente negou o registro do navio.

Maduro classificou a ação como “pirataria naval criminosa” e afirmou que o navio transportava 1,9 milhão de barris de petróleo.

Impacto nas exportações de petróleo

Levantamento da Reuters mostrou que, após a apreensão do Skipper, cerca de 11 milhões de barris de petróleo e combustíveis ficaram retidos em águas venezuelanas. O episódio reforçou os efeitos práticos do bloqueio a petroleiros da Venezuela, ampliando os prejuízos ao setor energético do país.

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