Após novo plano de negócios, XP e Itaú BBA reafirmam compra de Petrobras (PETR4)
XP Investimentos e Itaú BBA revisaram suas estimativas para a Petrobras (PETR4) após o novo plano de negócios 2026–2030.
A Petrobras (PETR4) segue no radar dos investidores após a divulgação do novo plano de negócios quinquenal (2026–2030), apresentado no fim de novembro. Após a atualização da estratégia, XP Investimentos e Itaú BBA revisaram suas estimativas para a companhia, mas mantiveram a recomendação de compra para as ações da estatal, destacando a resiliência operacional, a disciplina de capital e o potencial de geração de dividendos mesmo em um cenário de petróleo mais desafiador.
As revisões ocorrem em um momento em que o mercado busca entender como a Petrobras pretende equilibrar investimentos, produção e retorno aos acionistas diante de preços internacionais do petróleo mais baixos e maior rigor na alocação de capital.
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A XP Investimentos reiterou sua recomendação de compra para PETR4, mantendo o preço-alvo de R$ 37 por ação, o que representa um potencial de valorização de cerca de 17% em relação às cotações recentes. Já o Itaú BBA manteve recomendação equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 43 ao fim de 2026.
Segundo as casas, apesar dos ajustes nas premissas, o novo plano reforça a capacidade da Petrobras de atravessar ciclos de preços mais baixos do petróleo sem comprometer a geração de caixa e a remuneração aos acionistas.
Novo plano de negócios reforça resiliência e disciplina financeira
Para a XP, o plano de negócios da Petrobras envia uma mensagem clara ao mercado: a empresa busca reduzir o preço de equilíbrio do fluxo de caixa, tornando-se menos dependente de um Brent elevado para sustentar resultados.
Essa estratégia está baseada em dois pilares principais:
- Redução de despesas operacionais
- Disciplina na execução do capex (investimentos)
De acordo com os analistas, a estatal pretende adotar decisões contingentes de alocação de capital, ajustando o ritmo de investimentos conforme o comportamento do preço do petróleo e da geração de caixa ao longo do período.
Dividendos seguem como principal atrativo da Petrobras (PETR4)
Um dos pontos centrais que sustentam a recomendação de compra para Petrobras (PETR4) é o forte potencial de pagamento de dividendos. A XP estima que a companhia possa entregar um dividend yield de cerca de 11% em 2026, equivalente a aproximadamente US$ 8,2 bilhões, e de 12% em 2027, com pagamentos próximos de US$ 8,9 bilhões.
Segundo o analista Regis Cardoso, da XP, mesmo que o preço-alvo indique uma valorização mais limitada no curto prazo, o carrego via dividendos continua sendo um diferencial relevante para o investidor.
XP revisa Ebitda, capex e fluxo de caixa
Após a análise do novo plano, a XP ajustou suas projeções financeiras para a Petrobras. As estimativas de Ebitda foram elevadas em 5% para 2026 e 4% para 2027, refletindo expectativas mais altas de produção de petróleo.
Por outro lado, o capex também foi revisado para cima, com aumento de 9% em ambos os anos, enquanto o fluxo de caixa ao acionista (FCFE) sofreu um corte de 14% em 2026, permanecendo estável em 2027.
Esses ajustes refletem o equilíbrio buscado entre maior produção e investimentos mais seletivos.
Itaú BBA adota premissas mais conservadoras para o petróleo
O Itaú BBA revisou para baixo suas premissas de preço do Brent, estimando uma média de US$ 62,5 por barril em 2026 e US$ 60 por barril em 2027. Ainda assim, o banco vê a Petrobras negociando com FCFE yield de 9% e dividend yield de 10% em 2026.
Com essas premissas, o banco projeta um pagamento potencial de US$ 7,6 bilhões em dividendos ordinários no próximo ciclo.
Produção acima do guidance e avanço em Búzios
Outro ponto destacado pelo Itaú BBA é o desempenho operacional da Petrobras. A produção em 2025 superou o guidance inicial em cerca de 100 mil barris por dia, e a expectativa é de que a produção em 2026 possa se aproximar de 2,6 milhões de barris diários, acima da projeção oficial de 2,5 mbpd.
O avanço dos projetos no campo de Búzios pode antecipar o início de novas unidades, adicionando cerca de 24 kbpd em 2026 e 181 kbpd em 2027, com impacto positivo no fluxo de caixa futuro.
Consenso de mercado permanece positivo
Segundo levantamento da Reuters, das 11 instituições que acompanham a Petrobras, oito recomendam compra, enquanto três mantêm recomendação neutra, reforçando a visão positiva do mercado sobre a estatal após o novo plano estratégico.
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