Inflação do aluguel volta a cair e IGP-M registra deflação de 0,11% em 12 meses

A inflação do aluguel voltou ao terreno negativo após mais de um ano e marcou deflação de 0,11% no acumulado de 12 meses até novembro, segundo a FGV.

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28 de nov, 2025 às 07:30
Close-up de uma mão segurando uma chave dourada, com um chaveiro metálico prateado em formato de casa e um pequeno coração vazado no centro. Imagem: Freepik

A inflação do aluguel voltou a apresentar deflação no acumulado de 12 meses, marcando -0,11% entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). É a primeira queda anual do IGP-M desde maio de 2024, período em que o índice havia recuado 0,34%. O resultado surpreende parte do mercado, especialmente porque o indicador chegou a acumular alta de 8,58% em março de 2025, refletindo um cenário temporalmente pressionado por preços no atacado.

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A deflação observada na inflação do aluguel está diretamente ligada ao comportamento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), componente que representa 60% da estrutura do IGP-M. Segundo o economista Matheus Dias, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), o IPA acumulou queda de 2,06%, influenciado pela retração nos preços de bens industriais e produtos agropecuários — um movimento que se estendeu ao longo de grande parte de 2025.

Os demais componentes apresentaram variações positivas:

Esses resultados, apesar de significativos, não foram suficientes para anular o efeito dos preços no atacado.

Impacto da inflação do aluguel no mercado imobiliário

A inflação do aluguel é observada com atenção por inquilinos e proprietários, pois o IGP-M tradicionalmente serve como referenciação para reajustes anuais de contratos imobiliários. No entanto, a deflação recente não garante, na prática, redução automática dos valores de aluguel. Muitos contratos incluem cláusulas que especificam reajustes apenas quando o indicador registra variação positiva, prática que impede reduções mesmo quando o índice cai.

Esse ponto é importante para quem busca negociar valores. Mesmo com o índice negativo, as condições contratuais podem prevalecer.

Resultado mensal: novembro volta ao terreno positivo

Embora o acumulado anual tenha registrado queda, o mês de novembro mostrou alta de 0,27%, revertendo a deflação de outubro (-0,36%). A diferença entre o desempenho mensal e o anual se explica pela saída do aumento de 1,30% observado em novembro de 2024 da janela de 12 meses.

Assim, o índice anual mudou de +0,92% em outubro para -0,11% agora, mesmo com a alta mensal atual.

Outras utilizações do IGP-M além dos aluguéis

O IGP-M, apesar de amplamente conhecido como a inflação do aluguel, também é utilizado no reajuste de tarifas públicas, contratos empresariais, seguros e serviços essenciais. Sua amplitude de aplicação reforça a relevância de acompanhar suas oscilações, especialmente em períodos de volatilidade econômica.

Metodologia e período de coleta

A coleta da FGV abrangeu as cidades de Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, entre os dias 21 de outubro e 20 de novembro. Nesse intervalo, foram analisados preços no varejo, atacado e construção civil para composição final do indicador.

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