Ações da Puma disparam após rumores de compra por empresas asiáticas

As ações da Puma subiram até 16% após rumores de que empresas asiáticas, incluindo a Anta Sports, avaliam uma possível aquisição da marca alemã.

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28 de nov, 2025 às 06:30
Vista de baixo para cima da fachada de um prédio comercial em um dia de céu azul, destacando a placa preta da loja PUMA. Foto: Krisztian Bocsi/Bloomberg

As ações da Puma registraram uma disparada incomum na última quinta-feira (27) na Bolsa da Alemanha, após novas informações apontarem o interesse de grandes empresas asiáticas em uma possível aquisição da marca esportiva. O movimento ocorreu depois de a Bloomberg publicar que a chinesa Anta Sports, entre outras companhias, estaria avaliando uma oferta pela fabricante alemã. A reação do mercado, que levou os papéis a subirem até 16% no dia, reflete a expectativa de investidores diante da chance de uma reestruturação mais profunda da empresa, que enfrenta um período de forte pressão operacional desde o pós-pandemia.

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O salto das ações da Puma ocorreu logo pela manhã no mercado europeu, quando a agência Bloomberg divulgou que fontes próximas às negociações mencionavam um possível interesse da Anta Sports em adquirir a empresa. A notícia provocou uma reação imediata dos investidores, que apostaram que um potencial comprador com histórico de recuperação de marcas poderia dar novo fôlego à companhia alemã.

Essa valorização repentina contrasta com o desempenho da empresa ao longo do ano. Os papéis acumulavam queda superior a 50% em 2024 e, no início de novembro, haviam atingido o menor valor dos últimos dez anos. A disparada desta quinta-feira, portanto, é vista como um ponto fora da curva – movido mais por expectativas de mercado do que por mudanças estruturais recentes na companhia.

Puma enfrenta reestruturação após queda nas vendas

A reação do mercado ocorre em um momento em que a Puma trava uma batalha interna para reorganizar suas operações. Depois de crescer durante a pandemia, impulsionada pela alta demanda por roupas e acessórios esportivos, a empresa viu seu ritmo de vendas despencar no pós-pandemia. Entre os principais desafios estão:

  • perda de engajamento dos consumidores,
  • estoques elevados,
  • desaceleração global do varejo esportivo,
  • competição mais agressiva no setor,
  • tarifas e incertezas econômicas que afetam a confiança de compra.

Esse cenário levou a companhia a adotar um plano de reestruturação, comandado pelo novo CEO, Arthur Hoeld. Ainda assim, resultados concretos dessa nova estratégia devem demorar a aparecer, o que coloca ainda mais holofotes sobre possíveis movimentos de fusões e aquisições.

Interesse externo impulsiona ações da Puma

A perspectiva de que grupos internacionais poderiam assumir o controle da empresa se tornou o principal fator para impulsionar as ações da Puma. Segundo a reportagem que motivou a alta do dia, a Anta Sports – uma das maiores empresas de artigos esportivos da Ásia – estaria avaliando uma oferta. A empresa é conhecida por recuperar marcas com desempenho fragilizado, o que alimenta expectativas de uma possível reviravolta caso um negócio seja concretizado.

Apesar da movimentação, a Puma afirmou que não comentaria especulações de mercado, enquanto a Anta Sports não respondeu aos pedidos de posicionamento feitos pela Reuters. Ainda assim, analistas destacam que uma aquisição poderia abrir portas para que a Anta amplie sua presença no mercado ocidental, onde a Puma tem forte tradição, ainda que tenha perdido espaço nos últimos anos.

Li Ning e Asics entram no radar

Além da Anta Sports, outras empresas também surgem como potenciais interessadas. A chinesa Li Ning afirmou, em comunicado enviado por e-mail, que não iniciou qualquer processo ou avaliação substancial relacionado à aquisição. Já a japonesa Asics Corp. não respondeu aos pedidos de comentário.

O surgimento de possíveis concorrentes pela compra da Puma reforça a percepção de que o ativo ainda é considerado valioso, especialmente para companhias que buscam expandir sua atuação global.

O papel da Artemis, principal acionista da Puma

A francesa Artemis, que detém 29% do capital da Puma, também surge como peça-chave nesta movimentação. Em setembro, fontes próximas afirmaram que a holding não tinha intenção de vender sua participação pelos valores atuais de mercado, considerados baixos diante do potencial da empresa. A Artemis indicou que avalia todas as opções disponíveis, mas demonstra confiança no plano de reestruturação conduzido pelo novo CEO.

Essa postura sugere que uma eventual oferta teria de superar significativamente a capitalização atual da Puma para ser considerada atrativa.

Impactos e perspectivas para o futuro da marca

O interesse externo surge em um momento sensível para a Puma, que tenta recuperar relevância em um setor altamente competitivo, dominado por gigantes como Nike e Adidas. Para muitos analistas, uma aquisição pode representar o impulso necessário para reposicionar a marca e acelerar o processo de reestruturação.

No entanto, até o momento, não há negociações concretas ou propostas formais divulgadas. O que existe é um forte movimento especulativo, mas que já foi suficiente para alterar a percepção do mercado sobre o futuro da empresa.

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