XP Asset lança novo FII MXRF11
Mesmo com juros elevados, o mercado permanece aquecido, impulsionado pelo Minha Casa Minha Vida,
Foto: Freepik
A XP Asset anunciou o lançamento de um novo fundo de crédito e apresentou avanços relevantes no Maxi Renda (MXRF11), em um momento em que o setor imobiliário mantém ritmo forte apesar do cenário de juros elevados no Brasil. Os resultados foram detalhados durante a apresentação trimestral da gestora, que também avaliou as perspectivas para o mercado, o impacto das políticas fiscais e a resiliência da demanda habitacional.
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Lançamento do novo FII da XP Asset impulsiona o setor imobiliário
O principal destaque do trimestre foi o anúncio do XB Habitat Senior SUV, novo fundo da XP Asset dedicado a operações de crédito imobiliário. O veículo nasce com patrimônio inicial de R$ 600 milhões, reforçando o papel do mercado de capitais no financiamento do setor imobiliário brasileiro.
O lançamento ocorre em um momento de forte tração das vendas, especialmente em capitais como São Paulo. Segundo a gestora, mais de 120 mil unidades foram comercializadas nos últimos 12 meses, um volume que confirma a alta demanda mesmo com a Selic ainda próxima de 15%. A absorção de lançamentos se mantém elevada, o que contribui para a confiança dos investidores e sustenta a criação de novos produtos financeiros.
Esse movimento reforça a estratégia da XP Asset de ampliar sua presença em operações estruturadas e atender ao crescente interesse dos investidores por fundos lastreados em crédito imobiliário.
MXRF11 amplia portfólio e consolida liderança entre FIIs da XP
Outro ponto central apresentado pela gestora foi o desempenho do Maxi Renda (MXRF11), hoje o maior fundo imobiliário da XP em número de investidores e um dos mais negociados da B3. O MXRF11 encerrou o trimestre com R$ 4,1 bilhões em patrimônio e ultrapassou 1,3 milhão de cotistas, reforçando sua representatividade dentro do segmento.
A distribuição trimestral atingiu R$ 0,30 por cota, o que corresponde a um dividend yield anualizado de 15,45%. A liquidez também chama atenção: segundo a XP, o fundo movimenta diariamente mais de R$ 10 milhões na bolsa.
A composição do portfólio segue diversificada:
- 77% em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs)
- 15% em FIIs
- 7% em permutas financeiras
- 1% em caixa
Entre as novas posições, o fundo ampliou a exposição a ativos como LPLP11, XPHR11 e GARI11, sendo este último apontado como uma das principais novidades do trimestre. Já entre as operações estruturadas, destacam-se o CRI JK Square, ligado a lajes corporativas AAA em São Paulo, e o CRI Flor do Sol, de perfil residencial.
Mercado imobiliário segue aquecido apesar do cenário de juros altos
O fortalecimento do setor imobiliário não é por acaso. Embora o Brasil mantenha uma política monetária restritiva, com juros em patamar elevado, fatores como programas habitacionais, estímulos fiscais e melhora no emprego formal têm ajudado a sustentar a demanda.
Um dos principais motores do mercado continua sendo o Minha Casa Minha Vida, que teve novas regras implementadas. A criação de uma faixa para imóveis de até R$ 500 mil, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, ampliou o acesso ao financiamento e impulsionou construtoras e incorporadoras.
Outra medida importante foi o aumento do teto de financiamento habitacional — que passou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões em grandes capitais — estimulando a compra de imóveis por famílias de classe média.
Esses fatores ajudam a explicar por que o setor se mantém resiliente, mesmo diante de pressões macroeconômicas.
Juros, política fiscal e seus efeitos nos investimentos
O trimestre também foi marcado por movimentações relevantes na política monetária global. O Federal Reserve realizou o primeiro corte de juros após um longo período de aperto, o que ajudou a melhorar o apetite por risco internacionalmente.
No Brasil, o cenário ainda é mais duro. A Selic permanece em níveis elevados, o que restringe novas reduções no curto prazo. Porém, medidas recentes do governo têm funcionado como contrapeso. Entre elas, a XP destacou a isenção de Imposto de Renda para trabalhadores com renda de até R$ 5 mil, uma mudança que pode beneficiar cerca de 30 milhões de pessoas e injetar consumo na economia.
Houve também reação à MP 303, que propôs taxar rendimentos antes isentos de FIIs e debêntures de infraestrutura. Apesar do ruído inicial, o impacto foi considerado limitado no curto prazo.
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