China amplia compra de soja argentina e reduz espaço para fornecedores dos EUA
A China intensificou a compra de soja argentina, reservando cerca de 20 cargas, ou 1,3 milhão de toneladas, após a suspensão temporária de impostos de exportação na Argentina.
Foto: Freepick
A China ampliou significativamente suas compras de soja argentina, reservando cerca de 20 cargas, equivalentes a 1,3 milhão de toneladas. A movimentação ocorre após a Argentina suspender temporariamente os impostos sobre exportação do grão, tornando a soja local mais competitiva no mercado internacional. O movimento demonstra como Pequim continua a diversificar suas fontes de grãos, impactando diretamente a participação de mercado dos Estados Unidos, tradicional fornecedor da oleaginosa.
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Compras chinesas de soja argentina ganham ritmo acelerado
Segundo traders que acompanham o mercado, os importadores chineses mantiveram um ritmo frenético de aquisição de soja argentina desde que a medida foi anunciada na última segunda-feira. O governo argentino determinou que a suspensão dos impostos sobre grãos vale até outubro ou até que as exportações atinjam US$ 7 bilhões.
Com essa decisão, a soja argentina se tornou temporariamente mais barata e competitiva para os compradores internacionais, especialmente para a China, que vinha evitando a soja americana em meio à guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Traders afirmam que a soja dos Estados Unidos tornou-se proibitivamente cara devido às tarifas retaliatórias impostas por Pequim.
“A China terá grãos suficientes sem a soja dos EUA”, disse um trader de uma multinacional que exporta grãos para o país asiático.
A maioria das cargas adquiridas está programada para embarque em novembro, enquanto cerca de 20% correspondem à nova safra argentina, que será colhida a partir de abril do próximo ano. As compras incluem uma mistura de safras antigas e novas, com um prêmio de aproximadamente US$ 2 por bushel em relação ao contrato de soja de novembro da Bolsa de Chicago (CBOT).
Impacto nas exportações americanas de soja
O aumento das compras chinesas de soja argentina tem implicações diretas para os Estados Unidos. Tradicionalmente, o país norte-americano é um dos principais fornecedores de soja para a China, mas a atual guerra comercial e a imposição de tarifas retaliatórias reduziram o interesse chinês pelos grãos americanos.
Essa mudança favorece o Brasil e a Argentina, que conseguem oferecer preços mais competitivos, especialmente quando medidas governamentais, como a suspensão temporária de impostos, tornam seus produtos mais atraentes. Para os agricultores norte-americanos, que iniciam a colheita de uma safra abundante, a baixa demanda chinesa representa uma preocupação significativa para o mercado.
Detalhes sobre a operação e logística
Segundo informações de traders, cada carga de soja argentina é do tipo Panamax, com capacidade de aproximadamente 65 mil toneladas. A decisão chinesa de não reservar soja americana da safra de outono reforça a estratégia de diversificação e de aproveitamento de oportunidades mais econômicas.
A medida da Argentina não apenas incentiva as exportações, mas também influencia os preços futuros do farelo de soja chinês, que apresentaram queda após o anúncio da suspensão dos impostos. Para quem acompanha o mercado, essa dinâmica evidencia a importância das políticas governamentais na competitividade internacional dos produtos agrícolas.
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