China enfrenta queda nas exportações após aumento das tarifas dos EUA
Pesquisa revela desaceleração nos pedidos de exportação devido às tarifas impostas pelos EUA.

O aumento das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses está causando uma desaceleração expressiva nas exportações da China, de acordo com uma pesquisa recente da Federação Chinesa de Logística e Compras. Em abril, os pedidos de exportação caíram de forma acentuada, refletindo o impacto das tarifas que podem chegar até 145% sobre alguns itens chineses, conforme anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Como resposta, a China decidiu elevar suas tarifas em até 125% sobre produtos dos Estados Unidos, mas com algumas exceções. Além disso, o governo chinês impôs restrições mais rígidas às exportações de minerais essenciais, que são usados em tecnologias avançadas, como os veículos elétricos, visando minar ainda mais os Estados Unidos. Este embate tarifário está gerando incertezas em muitas empresas, especialmente nos Estados Unidos, onde algumas já começaram a cancelar pedidos e adiar planos de expansão.
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No setor industrial chinês, os efeitos das tarifas também são visíveis. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da China caiu para 49 em abril, o menor nível em 16 meses, o que indica uma contração no setor. Esse indicador é considerado um sinal claro de que a economia está sendo afetada negativamente pelas tarifas elevadas.
Para os economistas da ANZ Research, as grandes fábricas da China tendem a ser mais prejudicadas, enquanto as empresas menores, mais intensivas em mão de obra, podem sentir menos os impactos, já que o custo de produção no país continua competitivo.
Como a indústria chinesa enfrenta o cenário econômico
De acordo com os especialistas, a China ainda mantém uma vantagem significativa em termos de custos de produção, especialmente em setores de manufatura mais simples, como os de indústrias leves. A diferença de custo é substancial, com a fabricação na China sendo até cinco vezes mais barata do que nos Estados Unidos, o que dificulta mudanças significativas no curto prazo. Contudo, a tensão crescente nas relações comerciais pode alterar esse cenário no futuro.
“A forte queda nos índices provavelmente exagera o impacto das tarifas devido aos efeitos do sentimento negativo, mas ainda assim sugere que a economia da China está sob pressão com o enfraquecimento da demanda externa”, declarou em relatório Zichun Huang, da Capital Economic.
Com os impactos das tarifas e a desaceleração nas exportações, a economia global sente os efeitos dessa disputa comercial, com um efeito direto nos mercados internacionais. O atual impasse entre as duas maiores economias do mundo continua a afetar o comércio global, provocando mudanças significativas nas cadeias produtivas e nas relações comerciais em várias partes do mundo.
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