A Superquarta chegou com grande atenção do mercado financeiro, reunindo decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Copom no mesmo dia. Hoje (17 de setembro de 2025), investidores acompanham de perto o que pode significar a definição das taxas de juros para a economia global e brasileira. Nos Estados Unidos, o mercado aposta em um corte de 25 pontos-base, enquanto no Brasil a expectativa é de manutenção da Selic em 15%, mantendo o atual patamar elevado para controlar a inflação.

Por que a Superquarta é decisiva para os mercados

A Superquarta é considerada um dos dias mais importantes do calendário financeiro porque reúne decisões de juros de dois dos maiores bancos centrais do mundo. Nos EUA, o Fomc (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve) divulga sua decisão às 15h (horário de Brasília), seguida da coletiva de Jerome Powell às 15h30, consolidando o cenário esperado pelo mercado. No Brasil, o Copom divulga o comunicado oficial às 18h30, detalhando a manutenção da Selic e indicando possíveis passos futuros da política monetária.

Segundo o levantamento do CME Group, 96% dos operadores já precificaram o corte de 25 pontos-base pelo Fed, que seria o primeiro desde dezembro de 2024. Essa expectativa vem sustentando os mercados globais, com bolsas americanas e brasileiras alcançando novas máximas nos últimos pregões.

Cenário nos Estados Unidos: corte de juros para estimular a economia

O Fed sinalizou, desde agosto, a possibilidade de iniciar um ciclo de cortes. O primeiro indicativo veio do discurso de Jerome Powell em Jackson Hole, onde o presidente do Fed afirmou que o ajuste na política monetária poderia ser justificado pela mudança no equilíbrio de riscos e pela desaceleração da economia.

Os dados econômicos reforçam essa avaliação. Em julho, o PCE (Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal) subiu 0,2%, abaixo do 0,3% registrado no mês anterior, sinalizando uma inflação mais controlada. Além disso, dados recentes de emprego, CPI e pedidos de auxílio-desemprego mostraram uma estagnação na atividade econômica americana, aumentando a pressão por cortes nos juros para estimular consumo e investimento.

No entanto, os investidores monitoram atentamente a inflação, que teve alta nos últimos meses devido às tarifas comerciais implementadas pelo governo Trump. A situação configura um possível cenário de estagflação, com crescimento econômico mais lento e preços ainda em alta — uma combinação delicada para os formuladores de política monetária.

Brasil mantém Selic em 15%: foco no controle da inflação

Enquanto nos EUA a expectativa é de corte, o Copom deve manter a Selic em 15% ao ano, conforme sinalizado pelo Boletim Focus e pelos comunicados anteriores do Banco Central. Economistas consultados na última edição do Focus mantiveram a previsão de juros elevados até o fim de 2025, reforçando a postura de cautela do BC brasileiro.

O objetivo da autoridade monetária é conter a inflação, que deve convergir para a meta de 3% ao ano, garantindo estabilidade econômica e evitando pressões adicionais nos preços. O comunicado oficial do Copom enfatiza que, apesar do fim do ciclo de alta, o banco permanecerá vigilante e poderá ajustar a política monetária caso julgue necessário.

Reação do mercado financeiro à Superquarta

A antecipação de cortes pelo Fed e a manutenção da Selic no Brasil já tiveram efeito positivo nas bolsas. O Ibovespa alcançou 144 mil pontos, renovando recordes históricos, enquanto os principais índices de Wall Street (Dow Jones, Nasdaq e S&P 500) também registraram máximas nas últimas sessões.

Nos mercados de renda fixa e câmbio, a expectativa é de menor pressão sobre os juros de longo prazo e leve valorização do real, dependendo da postura adotada pelo Copom. Cortes nos EUA tendem a reduzir rendimentos globais, beneficiando títulos de renda fixa brasileiros, enquanto a manutenção da Selic preserva a atratividade de investimentos locais.

O que os investidores devem observar

Para os próximos movimentos, é fundamental acompanhar:

  • 15h: anúncio da decisão do Fed.
  • 15h30: coletiva de Jerome Powell, que poderá detalhar a estratégia de cortes futuros.
  • 18h30: comunicado do Copom sobre a Selic e possíveis ajustes de política monetária.

A postura adotada pelos bancos centrais impacta diretamente ações, renda fixa e câmbio, influenciando desde investimentos domésticos até fluxos de capital internacionais. Investidores devem ficar atentos à comunicação oficial e às declarações de autoridade monetária, que podem alterar a percepção de risco e oportunidades no mercado.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Linkedin