Em dia de ‘Superquarta’, os mercados globais e o Ibovespa reagiram ao tão esperado corte de 50 pontos-base nas taxas de juros dos EUA, anunciado pelo Federal Reserve nesta tarde (18). O IBOV fechou em queda, puxado pela Petrobras (PETR3; PETR4). A expectativa agora se volta para a decisão do Copom sobre a Selic. 

Trazendo mais detalhes sobre o fechamento do índice nesta quarta-feira, o Ibovespa caiu 0,90%, atingindo 133.747,69 pontos, acompanhando o movimento de correção no exterior.

O dólar à vista também recuou, caindo 0,48%, encerrando a sessão cotado a R$ 5,4617.

No cenário doméstico, o noticiário corporativo também teve impacto significativo. A Agrogalaxy (AGXY3) anunciou um pedido de recuperação judicial no final da tarde, após a renúncia de seu presidente e de cinco conselheiros, fato que trouxe instabilidade para os investidores e adicionou mais incertezas ao mercado.

Ainda hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil divulgará sua decisão sobre a taxa Selic, que pode ser aumentada em 25 pontos-base, elevando-a para 10,75% ao ano, embora uma alta de 50 pontos-base ainda seja considerada uma possibilidade.

Movimentações Ibovespa

Na ponta positiva do Ibovespa, a Braskem (BRKM5) liderou com um salto de mais de 5% após o UBS BB elevar a recomendação das ações de neutra para compra. O banco também revisou o preço-alvo das ações de R$ 22 para R$ 28, o que indica um potencial de valorização de 48,2% em relação ao fechamento anterior.

Por outro lado, Azul (AZUL4) interrompeu sua sequência de altas, com uma realização dos ganhos recentes. Mesmo assim, os papéis da companhia aérea avançaram mais de 50% nos últimos três pregões. O valor de mercado da Azul aumentou para R$ 2,16 bilhões no fechamento de 17 de setembro, representando um acréscimo de R$ 761 milhões desde 12 de setembro.

Entre as blue chips, Petrobras (PETR4;PETR3) caiu mais de 2%, pressionada por rumores de ajustes nos preços de combustíveis, que a estatal desmentiu, afirmando que eventuais alterações são feitas de forma não periódica e divulgadas imediatamente. 

As ações da Vale (VALE3) também registraram queda, acompanhando o recuo de 4,12% nos contratos futuros de minério de ferro na China, fechando a US$ 95,15 na Dalian Commodity Exchange.

Exterior

Nesta quarta-feira, Wall Street teve um dia de volatilidade com foco total na decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). O banco central norte-americano reduziu a taxa de juros para o intervalo de 4,75% a 5,00%, iniciando um aguardado ciclo de alívio monetário — o primeiro desde março de 2020. O movimento foi alinhado com as expectativas do mercado, conforme indicado pela ferramenta FedWatch do CME Group.

Junto com o anúncio, o Fed divulgou o “dot plot”, que revelou que nove diretores esperam uma taxa de juros de 4,40% ao final de 2024, sugerindo a possibilidade de mais dois cortes de 0,25 ponto percentual até o final do ano. Isso traria os Fed Funds para um intervalo de 4,25% a 4,50%, à medida que a inflação se aproxima da meta de 2% e o desemprego sobe.

Na coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que o processo de corte de juros não é urgente e que ainda não é possível afirmar que as pressões inflacionárias estão definitivamente controladas.

Inicialmente, o mercado reagiu positivamente à redução dos juros, com o Nasdaq subindo mais de 1%. No entanto, o entusiasmo esfriou, e as bolsas devolveram os ganhos ao longo do dia, refletindo preocupações sobre uma possível antecipação do Fed em relação à fraqueza econômica futura.

Maiores altas do IBOV hoje (18)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
BRKM5+4,7619,79
USIM5+2,796,26
GOLL4+2,701,14
SMTO3+2,5726,75
IGTI11+1,8022,67

Maiores quedas do IBOV hoje (18)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
AZUL4-10,085,62
CMIN3-8,266,33
MRFG3-5,4413,90
JBSS3-4,1932,70
BRFS3-3,8824,04

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamentoVariação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa133.747−1.212,500,90
🇧🇷 USD/BRL5,4617 -0,0266-0,47
🇺🇸 S&P 5005.618,26−16,32-0,29

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.