“Vai ter que me prender para me calar”, diz Silas Malafaia após operação da PF
O pastor está envolvido no golpe ou virou alvo de perseguição política? Descubra os bastidores da investigação

O pastor Silas Malafaia voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), depois de ser alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (20).
Investigado por suposto envolvimento em tentativa de golpe de Estado, Malafaia disse que não vai se intimidar: “Vai ter que me prender para me calar”.
Por que Silas Malafaia está sendo investigado
A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão contra Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, quando ele retornava de Lisboa. O STF autorizou a medida dentro do inquérito que apura coação contra autoridades responsáveis pela investigação do golpe frustrado, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados como réus.
De acordo com o relatório da PF, conversas encontradas no celular de Bolsonaro, entre 13 de junho e 18 de julho deste ano, citam o envolvimento de Malafaia na organização e no financiamento de manifestações em apoio ao ex-presidente.
O ministro Alexandre de Moraes determinou medidas cautelares: apreensão do celular e passaporte, além da proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados.
Resposta da Procuradoria-Geral da República
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apoiou as medidas solicitadas pela PF. Segundo ele, Malafaia aparece em diálogos como “orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução promovidas pelos investigados Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro”.
Para Gonet, há indícios de que o pastor e os políticos atuaram juntos com o objetivo de interferir ilegalmente no andamento da Ação Penal 2668, que trata da tentativa de golpe.
A reação de Malafaia
Após prestar depoimento, Malafaia foi recebido por apoiadores no aeroporto. Ele criticou duramente Alexandre de Moraes, a quem chamou de “criminoso”.
“Estamos diante de um criminoso chamado Alexandre de Moraes, que venho denunciando há quatro anos em mais de 50 vídeos. Ele estabelece o crime de opinião no estado democrático de direito. Que país é esse, que democracia é essa?”, disse o pastor.
Ele também negou que tenha orientado Eduardo Bolsonaro em conversas que, segundo a PF, indicariam coação contra autoridades.
“Quem sou eu para orientar Eduardo Bolsonaro? Conversa com ele. Vazaram conversas minhas particulares como se eu instruísse Eduardo. Que que é isso? Quem sou eu?”, questionou.
O pastor afirmou que apenas comenta posicionamentos e reforçou que não vai se calar diante das investigações. “Vai ter que me prender pra me calar”, concluiu.
Assista à entrevista do pastor na GloboNews:
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