O Brasil subiu para a segunda posição entre os países com os maiores juros reais do mundo, atingindo uma taxa de 9,53% ao ano. Esse dado foi divulgado em um levantamento realizado pela MoneYou e Lev Intelligence, liderado pelo economista-chefe Jason Vieira, e inclui os 40 países mais relevantes para o mercado de renda fixa. A nova posição do Brasil no ranking reflete a recente elevação da taxa Selic, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que definiu a taxa básica de juros em 15% ao ano.

Juros reais do Brasil avançam após decisão do Copom

A recente decisão do Copom, anunciada em 18 de junho, elevou a taxa Selic de 14,75% para 15%. Esse aumento, ainda que de 0,25 pontos percentuais, foi suficiente para impulsionar o Brasil ao segundo lugar no ranking global de juros reais. Essa taxa é calculada descontando a inflação da taxa básica de juros, refletindo o rendimento efetivo para investidores e poupadores após considerar a variação dos preços.

A taxa real de juros de 9,53% posiciona o Brasil atrás apenas da Turquia, que lidera o ranking com 14,44%. O país brasileiro ultrapassou a Rússia (7,63%), Argentina (6,7%) e África do Sul (5,54%) no levantamento, cuja média global de juros reais é de apenas 1,67%. Para entender melhor o cenário da economia nacional, é importante acompanhar também outras decisões do Copom, que influenciam diretamente esse indicador.

Histórico e contexto internacional dos juros reais do Brasil

Nos meses anteriores, o Brasil já vinha em posição de destaque, porém a elevação da Selic consolidou o país na segunda posição. Em maio, o país ocupava o terceiro lugar, com juros reais de 8,65%, enquanto em março estava na quarta colocação, com 8,79%. No início do ano, em janeiro, o Brasil chegou a liderar o ranking com juros reais de 9,18%.

Enquanto o Brasil mantém juros elevados para conter a inflação, o cenário global é marcado por uma política monetária mais branda. Segundo o levantamento de Jason Vieira, entre 165 países analisados, 66,67% mantiveram suas taxas de juros estáveis, 29,70% optaram por cortes, e apenas 2,42% elevaram as taxas. No grupo dos 40 países mais relevantes para o mercado de renda fixa, metade manteve as taxas, 47,5% reduziram os juros e somente 2,5% aumentaram.