O maior grupo de turismo do Brasil, a CVC (CVCB3), anunciou que pretende reduzir o ritmo de inaugurações de lojas físicas em 2025, embora a expansão continue superior à média registrada antes da pandemia de Covid-19. A informação foi divulgada pelo CEO da empresa, Fabio Godinho, durante teleconferência com analistas na quarta-feira (8), após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre.

A medida sinaliza uma mudança estratégica, mas sem abrir mão do crescimento — especialmente no canal físico, um dos pilares da operação da companhia no Brasil.

CVC (CVCB3) ajusta estratégia, mas segue com expansão acima da média pré-pandemia

Durante a conferência, Fabio Godinho explicou que o plano para 2025 prevê um número menor de aberturas em comparação com 2024. Ainda assim, a CVC (CVCB3) continuará expandindo sua presença física em ritmo elevado.

“Deveremos crescer ainda muito acima da média histórica que tínhamos de antes da pandemia, que era por volta de 100 lojas por ano”, afirmou o executivo.

Em 2024, a companhia foi responsável pela abertura de 301 novas unidades, encerrando o ano com 1.492 pontos de venda em operação, a maioria localizada no Brasil. O volume expressivo reflete a estratégia de retomada da companhia após o período mais crítico da crise sanitária, que impactou fortemente o setor de turismo.

A decisão de moderar o ritmo de expansão está alinhada com uma postura mais cautelosa diante do cenário econômico e da busca por maior eficiência nas operações. Mesmo com a desaceleração, a projeção é que o total de novas lojas em 2025 ultrapasse a média anual registrada antes da pandemia.

Expansão contínua e foco na omnicanalidade

Apesar do ajuste, o ritmo atual da CVC permanece robusto. Apenas no primeiro trimestre de 2025, a empresa abriu 39 lojas físicas. O foco está em ampliar a capilaridade da marca, atingindo cidades de médio porte e regiões que ainda possuem baixa penetração de canais presenciais.

Além disso, a empresa tem adotado uma estratégia omnicanal, integrando o digital e o físico. Isso significa que, mesmo com a diminuição do número de novas unidades, a CVC seguirá investindo no fortalecimento da experiência do cliente — seja ele atendido em uma loja física, por meio do site ou aplicativo.

Essa estratégia já vem mostrando resultados. Nos últimos trimestres, a CVC apresentou recuperação gradual na receita, especialmente no segmento de viagens nacionais, aproveitando a alta demanda por pacotes mais acessíveis e com maior flexibilidade.

Contexto de mercado e expectativas para 2025

A CVC (CVCB3) vem passando por um processo de reestruturação após enfrentar sérias dificuldades nos anos de pandemia. Com nova liderança e um foco maior em rentabilidade, a empresa busca agora consolidar sua posição como referência no setor de turismo nacional.

A previsão de um ritmo mais moderado em 2025 é uma tentativa de equilibrar crescimento com eficiência operacional. O número exato de lojas a serem abertas ainda não foi revelado, mas deve ser inferior ao de 2024 — sem, no entanto, comprometer os planos de expansão contínua.

Segundo especialistas do setor, a decisão da CVC é coerente com o cenário atual, que exige das empresas maior cautela nos investimentos e foco em resultados sustentáveis. Ainda assim, a manutenção de uma média superior a 100 inaugurações por ano mostra que a companhia segue confiante na retomada do turismo e no fortalecimento de seu modelo de negócios.