Com a crescente incerteza em torno da sustentabilidade da Previdência Social, cresce também o interesse dos brasileiros por alternativas que garantam uma aposentadoria mais tranquila.

Esse foi o tema do mais recente episódio do Growth Invest Podcast, apresentado por Luciana Lopes e Jacqueline Barros, assessoras da InvestSmart XP. A convidada da semana foi Tatiana Guedes, gerente de produtos com mais de 18 anos de experiência no mercado, especialista em previdência privada.

A conversa abordou o papel da previdência privada não apenas como um plano de aposentadoria, mas como uma ferramenta de planejamento financeiro de médio e longo prazo. Para Tatiana, o atual modelo do INSS deixa muitas lacunas.

“Parte dos brasileiros hoje se aposentam com o salário mínimo. Isso gera uma sobrecarga nos filhos, que acabam tendo que suprir as necessidades desses idosos, inclusive com custos de saúde”, destacou a especialista. “Principalmente para nós, mulheres, que muitas vezes acumulamos o cuidado com os filhos pequenos e os pais idosos, a previdência privada surge como solução para diversas dores.”

Previdência privada: um investimento para o futuro – e não apenas para aposentadoria

Durante o episódio, Tatiana compartilhou sua própria experiência ao abrir um plano de previdência para a filha ainda bebê:

“A Juju tem previdência desde os quatro meses de idade. Não necessariamente essa reserva será para aposentadoria. Pode ser para estudar fora, fazer um curso, ou até montar um consultório”, contou. “O importante é entender que previdência é uma ferramenta de longo prazo e que pode ter vários objetivos.”

PGBL ou VGBL? Entenda as diferenças

Um dos trechos mais didáticos do episódio foi a explicação sobre os dois principais tipos de planos: PGBL e VGBL.

Tatiana explicou que a escolha entre um ou outro depende, principalmente, do perfil do investidor e da forma como ele declara o Imposto de Renda:

“O PGBL é vantajoso para quem faz a declaração completa e contribui para a previdência oficial. Ele permite deduzir até 12% da renda bruta tributável, gerando economia fiscal”, explicou. “Por exemplo, se você ganha R$ 100 mil no ano e contribui com R$ 12 mil para o PGBL, o imposto será calculado sobre R$ 88 mil.”

Ela ressaltou que o benefício não é oferecido “à toa” pelo governo:

“O governo não está dando esse incentivo por generosidade. É uma forma de estimular o brasileiro a se preparar, já que se sabe que o INSS, sozinho, não será suficiente para garantir uma boa aposentadoria no futuro.”

Já o VGBL, segundo a especialista, é indicado para quem faz a declaração simplificada ou não busca o benefício fiscal:

“No VGBL, a tributação ocorre apenas sobre o rendimento, como em um fundo de investimento. Além disso, os planos de previdência privada, em geral, não entram em inventário e não sofrem com o ‘come-cotas’ – aquele imposto semestral que reduz as cotas dos fundos tradicionais.”

Leia em detalhes no artigo:

Planejamento familiar e sucessório

Além das vantagens fiscais e da flexibilidade no uso dos recursos, a previdência privada também pode ser uma ferramenta eficaz de planejamento sucessório. Como os valores aplicados não entram no inventário, a transferência ocorre de forma mais rápida e menos burocrática, o que pode ser decisivo em momentos de luto e instabilidade familiar.

“A previdência privada entrega controle, planejamento e proteção. Quando bem estruturada, pode garantir que os sonhos da sua família – seja estudar fora, abrir um negócio ou simplesmente viver com dignidade – não dependam das incertezas da Previdência Social”, concluiu Tatiana.

Quer entender mais sobre como estruturar uma previdência inteligente para você e sua família?
Assista ao episódio completo do Growth Invest Podcast com Tatiana Guedes:

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.