Alinhado às estimativas do mercado, Copom eleva a Selic para 14,75%
Taxa básica de juros atinge maior nível em quase 20 anos, após alta de 0,5 ponto percentual decidida por unanimidade

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (7) um novo aumento da taxa Selic, de 14,25% para 14,75% ao ano. A decisão unânime desacelera o ritmo de alta, que anteriormente vinha sendo de 1 ponto percentual por reunião. A nova taxa básica de juros alcança o maior patamar desde 2006 e acompanha as expectativas de analistas do mercado financeiro.
Segundo levantamento da Bloomberg com 32 instituições, 31 delas previam a alta de 0,5 ponto percentual, o que confirma que o movimento já era amplamente antecipado pelo mercado.
BC mantém discurso firme, mas evita sinalizações futuras
Em comunicado divulgado após a decisão, o Copom reforçou que o cenário inflacionário ainda exige atenção. Apesar da desaceleração no ritmo de alta, o comitê evitou indicar os próximos passos da política monetária e destacou a necessidade de “flexibilidade e cautela” diante da conjuntura econômica atual.
O texto destaca que ainda há uma assimetria altista no balanço de riscos para a inflação e que a continuidade do aperto monetário dependerá de diversos fatores, como as expectativas inflacionárias, o comportamento da atividade econômica e o chamado hiato do produto.
Selic acumula seis altas consecutivas desde setembro de 2024
O ciclo atual de aumento da Selic teve início em setembro de 2024, quando a taxa estava em 10,50% ao ano. Desde então, o Copom promoveu seis elevações consecutivas, totalizando uma alta acumulada de 4,25 pontos percentuais. A última vez que a taxa básica de juros atingiu o nível de 14,75% foi entre julho e agosto de 2006, em um período marcado por redução gradual dos juros após o auge de 19,75% ao ano em 2005.
Meta de inflação segue como prioridade do Banco Central
Apesar da incerteza sobre os próximos ajustes, o Copom reiterou seu compromisso com a convergência da inflação para a meta estabelecida.
“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos“, informou.
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