Super Quarta: Copom eleva Selic em 1 p.p., enquanto FED mantém juros

Sem grandes surpresas na primeira Super Quarta de 2025 – simultaneidade das reuniões de Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, e do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), nos Estados Unidos.

Alinhado com as estimativas dos analistas do mercado, o Copom anunciou um novo aumento na taxa Selic para 14,25% enquanto o Federal Reserve (FED) optou por manter os juros americanos inalterados até junho deste ano.

Copom segue tendência antecipada pelo mercado e eleva a Selic

Em sua reunião, nesta quarta-feira (19), o comitê anunciou um aumento de 1 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros, elevando a Selic para 14,25%. Esse ajuste marca a continuidade do ritmo de elevação de 1 ponto percentual nas últimas duas reuniões do Copom, prática que se repete também em março.

Em um cenário econômico marcado pela persistência da inflação acima da meta estabelecida pelo Banco Central, o mercado já antecipava o ajuste da taxa básica de juros (Selic). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país, registrou um aumento de 5,06% nos últimos 12 meses, superando significativamente a meta de 3%.

Diante desse quadro, a elevação da Selic, embora possa gerar impactos negativos no consumo e na atividade econômica, é considerada uma medida crucial para conter as pressões inflacionárias e restaurar a confiança na política monetária.

“Essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, disse o Copom em comunicado oficial.

Juros americanos seguem sem alterações

Em um cenário de incerteza econômica nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) optou por manter as taxas de juros inalteradas, na faixa de 4,25% a 4,5%. O anúncio, feito na quarta-feira (19), confirma a expectativa do mercado e dá sequência à política monetária iniciada em janeiro de 2025.

A decisão já era amplamente antecipada pelos analistas do mercado, especialmente diante das incertezas criadas pela política econômica do então presidente Donald Trump, que incluía, entre outras medidas, a taxação de importações. Esse cenário de instabilidade gerou uma série de especulações sobre os próximos passos do Federal Reserve.

De acordo com as projeções mais recentes, o mercado espera que o Fed mantenha a taxa de juros no atual patamar, com a possibilidade de um corte apenas em junho. Essas expectativas estão embasadas em dados do FedWatch, ferramenta da CME, que monitoram as movimentações do mercado financeiro e as intenções da autoridade monetária.

Importância da “Super Quarta”

A cada seis semanas, o Banco Central do Brasil e o Federal Reserve (Fed) anunciam suas decisões sobre as taxas de juros no mesmo dia. Embora essa coincidência não seja planejada, ela resulta das agendas regulares de ambos os órgãos. O mercado passou a chamar esse dia de “Super Quarta”, devido ao impacto significativo que essas decisões exercem sobre a economia.

Entre os principais pontos de relevância da “Super Quarta”, estão:

Decisões sobre a política monetária, especialmente mudanças nas taxas de juros, podem influenciar diretamente o custo de crédito, consumo, investimentos e câmbio.
Decisões dos grandes bancos centrais, como o Fed, podem desencadear movimentos nos mercados financeiros ao redor do mundo, afetando moedas, ações e títulos de dívida.
Em dias de Super Quarta, o mercado brasileiro pode responder tanto às decisões do Copom quanto às influências externas, moldando o cenário econômico local.

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