O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, criticou nesta segunda-feira (24) a estratégia de combate à inflação via aumento da taxa Selic, especialmente no que se refere à alta dos preços dos alimentos. Segundo ele, o impacto dos juros sobre os alimentos é limitado, uma vez que a oscilação de preços no setor está diretamente ligada a fatores climáticos e não à demanda. “Se eu tenho uma alteração climática muito grande, não adianta eu aumentar os juros que não vai fazer chover”, afirmou no evento Rumos 2025, promovido pelo Valor Econômico.

Alckmin citou a experiência dos Estados Unidos, onde o preço dos alimentos é excluído do índice oficial de inflação, como uma abordagem mais eficaz para lidar com a volatilidade do setor. Além disso, o vice-presidente alertou para os impactos negativos da política monetária contracionista na economia brasileira. “A cada 1% da taxa Selic, o impacto é de R$ 48 bilhões no pagamento da dívida pública”, ressaltou.

O ministro também defendeu que a energia poderia ser retirada da composição do IPCA, argumentando que a inflação deve ser combatida com foco nos fatores mais diretamente influenciados pela política monetária. A fala de Alckmin ocorre em um momento de debates sobre a condução da política econômica e a atuação do Banco Central, que mantém a Selic em patamares elevados para conter a inflação.

Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.