Déficit em conta corrente no Brasil soma US$ 3,06 bi em novembro, aponta BC
Em novembro de 2024, o Brasil registrou um déficit em conta corrente de US$ 3,06 bilhões, o maior para o mês desde 2021.

O Brasil registrou um déficit de US$ 3,06 bilhões na conta corrente em novembro de 2024, conforme informado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, 23. Embora o valor tenha ficado abaixo da mediana das previsões de analistas, o resultado continua a evidenciar desafios econômicos no país, com um rombo nas transações correntes de quase US$ 3 bilhões no mês. O BC projeta que o déficit da conta corrente do Brasil atinja US$ 54 bilhões até o final de 2024, representando 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Déficit em novembro e comparações com anos anteriores
O déficit de US$ 3,06 bilhões registrado em novembro é o maior para o mês desde 2021, quando o Brasil teve um saldo negativo de US$ 7,93 bilhões nas transações correntes. Em novembro de 2023, o déficit foi consideravelmente menor, de US$ 2,7 bilhões. Embora o resultado de novembro deste ano tenha sido inferior à mediana das estimativas de analistas, que apontavam para um rombo de US$ 3,45 bilhões, o número reflete um desequilíbrio nas contas externas do país.
Em termos comparativos, o desempenho do Brasil segue pressionado por fatores globais e internos, com a balança comercial sendo uma das poucas áreas a mostrar sinais positivos, mas não suficientes para reverter o quadro.
Balança comercial e outras contas: impactos no déficit
O desempenho da balança comercial brasileira em novembro foi um dos pontos positivos da economia, com superávit de US$ 6,33 bilhões, o que ajudou a mitigar parcialmente o impacto do déficit nas outras contas correntes. No entanto, o resultado da conta de serviços foi negativo, com um déficit de US$ 4,66 bilhões. O Brasil continuou a enfrentar desafios nas transações relacionadas a serviços, como viagens e transportes, que pressionaram o saldo das contas externas.
Além disso, a conta de renda primária também teve um resultado negativo, somando US$ 4,97 bilhões. Este valor reflete o pagamento de juros e dividendos ao exterior, um fator recorrente nas contas externas do Brasil. Por fim, a conta financeira registrou déficit de US$ 4,37 bilhões, o que contribuiu para o saldo negativo do mês.
O que isso significa para a economia brasileira?
O déficit da conta corrente de novembro revela as dificuldades do Brasil em manter um equilíbrio entre suas exportações e importações, além dos fluxos financeiros e pagamentos de juros. Embora o superávit comercial seja um sinal positivo, a dependência de fluxos de serviços e o pagamento de rendimentos ao exterior continuam a ser fatores que pesam contra o desempenho da balança de pagamentos.
Este desequilíbrio nas contas externas também reflete a fragilidade da economia brasileira frente a variáveis globais, como a inflação internacional e as flutuações nas taxas de juros globais. A persistência de déficits nas contas correntes pode afetar a confiança dos investidores estrangeiros e contribuir para a pressão sobre o câmbio e a dívida externa do Brasil.
Projeções do BC
O Banco Central prevê que o déficit em conta corrente do Brasil atinja US$ 54 bilhões até o final de 2024, o que representa 2,5% do PIB. Para 2025, a projeção é de um déficit de US$ 58 bilhões, ou 2,7% do PIB, indicando que o cenário de desequilíbrio nas transações correntes deve persistir no curto prazo.
Esse quadro desafia a sustentabilidade fiscal do Brasil e ressalta a necessidade de políticas econômicas mais eficazes para equilibrar as contas externas. O governo e o Banco Central continuam a monitorar de perto esses números, pois o déficit em conta corrente está intimamente ligado à confiança no Brasil como um destino de investimentos internacionais.