O Ibovespa iniciou a semana com uma leve baixa de 0,07%, fechando o pregão desta segunda-feira (25) aos 129.036,10 pontos. O movimento reflete a cautela dos investidores diante da falta de definição sobre o aguardado pacote de gastos do governo federal, um tema que tem dominado as expectativas do mercado nas últimas semanas.

Com um volume financeiro de R$ 28,10 bilhões, o índice manteve-se próximo à estabilidade, ainda sob influência dos avanços da última sexta-feira (22), quando subiu 1,74%. Além do cenário doméstico, fatores externos também contribuíram para os ajustes, como o otimismo em Wall Street após a indicação de Scott Bessent para o Tesouro dos EUA.

Mercado aguarda definição do pacote de gastos

A demora no anúncio do pacote de gastos tem gerado apreensão entre os investidores. Fontes do governo indicam que ainda há entraves nas negociações para viabilizar cortes orçamentários necessários, dificultando a aprovação do projeto.

De acordo com Rodrigo Cohen, analista de investimentos, essa indefinição mantém o mercado em uma espécie de “compasso de espera”. “A cada dia sem novidades concretas, o sobe e desce do mercado se intensifica, reforçando o sentimento de incerteza”, afirma Cohen.

Enquanto isso, eventos programados para os próximos dias, como a divulgação do IPCA-15 de novembro e a ata da última reunião do FOMC (Federal Open Market Committee), adicionam ainda mais volatilidade ao cenário.

Varejistas se destacam no Ibovespa

O desempenho das ações do setor varejista foi um dos destaques do pregão. A Magazine Luiza (MGLU3) liderou os ganhos, com alta de 6,26%, seguida por Assaí (ASAI3), que subiu 4,44%. Já o Carrefour (CRFB3) teve valorização de 1,05%, revertendo as quedas registradas pela manhã, em meio a discussões sobre boicotes promovidos por frigoríficos.

Ainda no setor de consumo, as ações da Lojas Renner (LREN3) fecharam com leve alta de 0,37%, embora com menor volume negociado.

Bancos têm desempenho misto

As instituições financeiras apresentaram variações divergentes. Santander (SANB11) subiu 0,76% após a elevação de sua recomendação por uma grande casa de análise. Banco do Brasil (BBAS3) também registrou alta, avançando 0,59%.

Por outro lado, Itaú Unibanco (ITUB4) recuou ligeiros 0,03%, enquanto o Bradesco (BBDC4) amargou a maior queda entre os grandes bancos, encerrando o dia com baixa de 1,45%, influenciado pelo corte de recomendação por parte do mesmo banco que favoreceu o Santander.

Alta nas aéreas e recuo da Petrobras

O setor aéreo foi impulsionado pela queda nos preços internacionais do petróleo, que refletiu avanços em negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah no Oriente Médio. Azul (AZUL4) disparou 8,65%, enquanto Gol (GOLL4), fora do Ibovespa, avançou 8,84%.

Por outro lado, a Petrobras (PETR4) recuou 0,61%. Embora o plano de investimentos anunciado recentemente continue em foco, o cenário externo pressionou a empresa, especialmente com os ajustes no preço do petróleo.

Maiores altas do Ibovespa hoje (25)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
CVCB3+8.70%R$ 2,75
AZUL4+8.65%R$ 5,40
MGLU3+6.26%R$ 10,01
ASAI3+4.44%R$ 7,52
AURE3+4.43%R$ 10,38

Maiores quedas do Ibovespa hoje (25)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
WEGE3-3.44%R$ 52,15
RADL3-2.84%R$ 25,28
RENT3-1.52%R$ 43,53
BBDC4-1.45%R$ 13,60
PRIO3-1.36%R$ 39,85

nfluência internacional: alta nas bolsas dos EUA

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street fecharam em alta, refletindo o otimismo dos investidores com a escolha de Scott Bessent como secretário do Tesouro no próximo governo de Donald Trump.

Bessent, veterano de Wall Street, é considerado um conservador fiscal, reduzindo os temores de aumento no déficit público americano. A notícia impulsionou o Dow Jones (+0,99%), S&P 500 (+0,30%) e Nasdaq (+0,27%).

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamento Variação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa129.036-89-0,07%
🇧🇷 USD/BRL5,7983-0,0022-0,04%
🇺🇸 S&P 5005.987,37+18,03+0,30%

Perspectivas para os próximos dias

O mercado segue atento aos desdobramentos do pacote de gastos do governo e a outros eventos econômicos importantes. Entre os destaques, estão a divulgação do IPCA-15, que trará mais dados sobre a inflação brasileira, e a ata do FOMC, que pode indicar os próximos passos na política monetária dos EUA.