No primeiro pregão de dezembro, o Ibovespa registrou queda de 0,34%, fechando aos 125.235,54 pontos, em um dia marcado por movimentos mistos no mercado. Enquanto o setor bancário pressionou o índice para baixo, ações de empresas como Vale e Petrobras contribuíram positivamente. O desempenho reflete um cenário de incertezas econômicas e políticas, tanto no Brasil quanto no exterior.

Bancos lideram perdas e puxam índice para baixo

A principal pressão negativa sobre o Ibovespa veio do setor bancário. Bradesco (BBDC4) registrou queda de 2,14%, seguido por Itaú Unibanco (ITUB4) com 1,43% e Banco do Brasil (BBAS3) com recuo de 0,81%. Esses desempenhos negativos foram determinantes para a baixa do índice, já que os bancos possuem peso relevante na composição do Ibovespa.

Além disso, a expectativa do mercado em relação à política monetária e fiscal também influenciou as decisões dos investidores, criando um ambiente de cautela.

Vale e Petrobras apresentam ganhos moderados

Diferentemente dos bancos, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) tiveram desempenhos positivos, ajudando a suavizar as perdas do Ibovespa. A mineradora Vale subiu 0,24%, acompanhando a valorização do minério de ferro no mercado internacional. Já a Petrobras avançou 0,64%, impulsionada por ajustes no preço do petróleo e perspectivas positivas para o setor de energia.

Essas empresas seguem desempenhando papéis estratégicos para a economia brasileira e são frequentemente vistas como termômetros de setores cruciais, como mineração e energia.

Dólar dispara e juros futuros sobem com falas de Galípolo

Em evento promovido pela XP Investimentos, Gabriel Galípolo, próximo presidente do Banco Central, sinalizou que uma economia mais dinâmica pode justificar uma política monetária mais contracionista. Essa declaração repercutiu no mercado, com o dólar atingindo R$ 6,06, uma alta de 1,13%, marcando um novo recorde de fechamento.

No mercado de juros futuros, a curva voltou a subir, com alguns vértices ultrapassando os 14%, refletindo o aumento das expectativas em relação à taxa Selic para os próximos anos.

Cenário político e fiscal movimenta o mercado

No âmbito político, a liberação parcial de emendas parlamentares pelo STF trouxe algum alívio para o Congresso, especialmente em um momento crítico de discussões sobre o orçamento de 2024. Segundo Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, o pacote fiscal apresentado pelo governo foi bem recebido e fortaleceu a equipe econômica liderada pelo ministro Fernando Haddad.

No entanto, o mercado continua atento ao Boletim Focus, que apontou revisões para cima nas projeções de inflação e Selic em 2025, reforçando o clima de cautela.

Maiores altas do Ibovespa hoje (02)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
ABEV3+4.08%R$ 13,25
PETZ3+3.49%R$ 4,45
SLCE3+3.22%R$ 17,97
BEEF3+2.74%R$ 6,01
BRKM5+2.33%R$ 15,35

Maiores quedas do Ibovespa hoje (02)

TickerValorização (%)Valor por ação (R$)
AZUL4-7.91%R$ 4,54
RAIZ4-4.55%R$ 2,52
LWSA3-4.28%R$ 3,58
AURE3-3.35%R$ 9,53
EZTC3-3.32%R$ 12,24

Cenário internacional: EUA mistos e tensão na Europa

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street fecharam em direções opostas. Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq renovaram recordes intradiários, o mercado segue atento aos dados de emprego, que devem orientar a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve.

Na Europa, uma nova crise política na França abalou o euro, embora os principais mercados tenham registrado altas modestas. Esse cenário reforça a complexidade do ambiente externo, que também influencia os ativos brasileiros.

Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas

NomeFechamento Variação em ptsVariação em %
🇧🇷 Bovespa125.236-432-0,34%
🇧🇷 USD/BRL6,0580+0,0853+1,43%
🇺🇸 S&P 5006.047,15+14,77+0,24%