RedeTV! decide parafusar cadeiras no chão para debate após agressão de Datena a Marçal
A emissora decidiu tomar uma medida preventiva para evitar incidentes, parafusando as cadeiras dos candidatos no chão.O debate acontecerá amanhã (17), às 10h20 (horário de Brasília).

Em meio a polêmica ocorrida no último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, quando Datena agrediu Marçal com uma cadeirada nas costas após o adversário provocá-lo, a emissora RedeTV! decidiu tomar uma medida preventiva para evitar incidentes: parafusar as cadeiras dos candidatos no chão.
O debate, realizado em parceria com o UOL, acontecerá na próxima terça-feira (17), às 10h20 (horário de Brasília).
O jornalista Kennedy Alencar, do UOL, confirmou a decisão ao compartilhar imagens das cadeiras fixas em seu Instagram hoje.
Além de Datena e Marçal, os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) também participarão do evento.
Sobre a agressão de Datena a Marçal
Tudo começou quando o apresentador se recusou a dirigir uma pergunta ao ex-coach Pablo Marçal durante o debate, afirmando que o adversário havia “subvertido os debates, transformando-os em meros programas de internet dele”.
Em resposta, Marçal fez uma acusação grave, alegando que Datena teria praticado assédio sexual contra uma funcionária da Band.
Os playboys da cidade de São Paulo não sabem o que eu vou falar agora, mas quem é da quebrada sabe. “Homem é homem, mulher é mulher, estuprador é diferente” — falou, citando uma música dos Racionais MC’s.
“Tem alguém aqui que é ‘jack’ (gíria utilizada para se referir a estuprador). É alguém que responde por assédio sexual. Essa pessoa dá pena”, acrescentou Marçal, fazendo trocadilho com o apelido de “Dapena” que usa para se referir ao apresentador.
Vale lembrar que o caso mencionado pelo ex-coach durante o debate refere-se a uma denúncia feita pela repórter Bruna Drews, em janeiro de 2019, contra José Luiz Datena. Na ocasião, Drews alegou que o apresentador teria feito comentários inapropriados, dizendo que ela “não precisava emagrecer, pois era muito gostosa” e afirmando que era “um desperdício ela namorar uma mulher”.
Datena processou Bruna por calúnia e difamação, e, nove meses após a acusação, ela assinou uma retratação em um cartório de São Bernardo do Campo. No entanto, em entrevista ao portal Universa, em outubro de 2019, Drews afirmou que foi “induzida pelos advogados de Datena” a assinar a carta de retratação, sustentando sua versão inicial dos acontecimentos.
Em resposta às acusações, Datena afirmou que o caso foi arquivado e que Bruna Drews lhe pediu desculpas. Ele mencionou a retratação assinada por ela, reforçando que a questão havia sido resolvida judicialmente e que a denúncia foi retirada.
Datena se manifesta
José Luiz Datena, que foi expulso do debate logo após o ocorrido, afirmou que sua ação foi uma resposta ao que considerou uma provocação inaceitável.
“Claro que não me arrependo. Foi uma resposta a uma acusação cruel e injusta”, disse Datena em uma entrevista. Ele enfatizou que nunca cometeu o ato de assédio sexual pelo qual foi acusado e que tal acusação foi um golpe duro para sua família. “Minha sogra faleceu durante o período conturbado causado por essas acusações. Ninguém suporta isso. Achei que devia uma satisfação a ela por ter sido acusado por um canalha desses”, disse
Marçal promete ação contra Datena
Após a agressão, Marçal foi imediatamente internado no Hospital Sírio Libanês para exames e observação. Na saída do hospital, o ex-coach prometeu tomar medidas legais contra Datena, incluindo um pedido formal para a cassação de seu registro.
“Vamos pedir a cassação do registro dele e vamos tomar todas as medidas necessárias em nome da sociedade”, declarou Marçal. Ele argumentou que a agressão não deve ser vista apenas como um incidente isolado, mas como um reflexo de um comportamento mais amplo e preocupante.
Além de abordar o ataque, Marçal usou a ocasião para criticar a cobertura midiática do caso e o governo federal. Ele acusou a imprensa de uma cobertura desigual, alegando que os jornalistas têm sido coniventes com o que ele considera uma injustiça. “Vocês passam pano”, disse Marçal, referindo-se ao tratamento que a imprensa tem dado ao caso e a outras denúncias envolvendo figuras públicas.
O candidato também questionou a falta de ação do governo federal diante de denúncias de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida. “O governo sabia há meses das acusações e não fez nada. Isso é inaceitável”, afirmou. Marçal indicou que a falta de respostas adequadas do governo contribui para um ambiente de impunidade.
Por fim, Marçal enfatizou que não se considera um vitimista, apesar de ter sido agredido. Ele rejeitou a narrativa de que estaria buscando simpatia ou apoio por meio da vitimização.
“Ontem, eu fui vítima do Datena, mas eu não sou vitimista. Nós vamos para a guerra. Foi só um esbarrão, né Datena?”, declarou Marçal. Ele destacou que seu objetivo é lutar pela liberdade e justiça, sem se deixar desviar pelo papel de vítima.