O mercado pet é um nicho da economia brasileira que tem crescido a passos largos. Segundo a ABINPET, estima-se que existam 167,6 milhões de pets no Brasil, sendo 67,8 milhões de cães e 33,6 milhões de gatos. Com esse crescimento, grandes marcas do setor estão realizando movimentações que chamam a atenção. Um dos mais recentes e ambiciosos movimentos envolve a fusão entre Petz e Cobasi.

Essa fusão tem potencial para transformar ainda mais o cenário do mercado pet no país e movimentar bilhões, enquanto diversos aspectos, como o papel do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ainda estão sendo avaliados.

Para informar os investidores atentos às oportunidades de investimento e rentabilidade que essa fusão pode trazer, apresentaremos a seguir os detalhes dessa união entre Petz e Cobasi e o que ela pode significar para o mercado e para os investidores.

Perfil da Petz

Fundada em 2002 por Sérgio Zimerman, a Petz é uma das maiores redes de lojas de produtos e serviços voltados para animais de estimação no Brasil. Com 249 lojas e uma receita bruta de R$ 3,8 bilhões em 2023, a empresa vem crescendo exponencialmente, ampliando sua presença física e digital.

A Petz foi pioneira no lançamento de um e-commerce robusto, que se tornou um pilar importante para o seu crescimento, especialmente após a pandemia.

A empresa oferece uma vasta gama de produtos, desde rações até acessórios e medicamentos, além de serviços como clínicas veterinárias e centros de estética animal.

Atuação na B3 desde 2020

A Petz (PETZ3) fez sua estreia na Bolsa de Valores brasileira em setembro de 2020, quando realizou seu IPO (Oferta Pública Inicial). Desde então, a companhia tem apresentado um desempenho sólido no mercado financeiro, tornando-se uma opção interessante para investidores que buscam exposição a um setor em expansão.

A listagem na B3 trouxe à empresa maior visibilidade e permitiu que ela captasse recursos para seguir com seu plano de expansão agressivo.

Lançamento do E-commerce Petz

O e-commerce da Petz foi lançado com o objetivo de atender a um público que busca conveniência e praticidade. A plataforma rapidamente se tornou uma das principais fontes de receita da companhia, especialmente com o aumento da demanda por compras online impulsionada pela pandemia.

A integração entre o físico e o digital, com serviços como o “click and collect”, também tem sido um diferencial da empresa no mercado de animais de estimação.

Perfil da Cobasi

A Cobasi, por sua vez, foi pioneira no setor de produtos para animais de estimação no Brasil, fundada em 1985. Com 234 lojas e uma receita anual de R$ 3,1 bilhões, a empresa tem sido uma das principais concorrentes da Petz.

Focando em um atendimento mais voltado para as lojas físicas, a Cobasi tem como acionistas a gestora Kinea e a Tyton Capital. Assim como a Petz, a Cobasi também investe em serviços especializados para pets, como clínicas veterinárias e centros de adoção, se posicionando como um hub completo para os tutores de animais.

A Cobasi está na bolsa de valores?

Diferentemente da Petz, a Cobasi ainda não realizou sua abertura de capital e, portanto, não está listada na B3. No entanto, com a fusão em pauta, existe a expectativa de que a empresa possa, em breve, ser incorporada ao universo de ações negociadas na bolsa, o que pode representar uma nova oportunidade para investidores de olho no setor pet.

Negociações e fusão Petz x Cobasi

As conversas entre Petz e Cobasi vêm sendo realizadas há alguns meses, com ambas as empresas buscando criar uma megaestrutura capaz de dominar o mercado pet no Brasil. De acordo com a apuração do INSIGHT, a previsão é que as empresas registrem um faturamento combinado de aproximadamente R$ 6,9 bilhões.

Paulo Nasser, CEO da Cobasi, ficará à frente da empresa combinada, enquanto Sérgio Zimermann, fundador e CEO da Petz, assumirá como presidente do conselho.

A fusão entre as duas marcas geraria sinergias operacionais e uma forte presença no ambiente online e offline, além de potencialmente criar uma rede de lojas e serviços referência no setor.

Especulações e lentidão na Fusão Petz e Cobasi

Apesar do entusiasmo em torno da fusão, o processo tem enfrentado certa lentidão, com especulações sobre pontos que ainda precisam ser ajustados entre as empresas. A complexidade das operações, a necessidade de alinhar culturas empresariais distintas e o ajuste dos modelos de negócios são alguns dos desafios que têm gerado discussões. Outro fator importante é o olhar atento das autoridades regulatórias, que podem intervir caso identifiquem riscos à concorrência saudável no mercado.

Relação do Cade

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) desempenha um papel fundamental nesse processo, já que a fusão entre Petz e Cobasi pode resultar em uma concentração de mercado que precisa ser analisada para garantir que a competição não seja prejudicada.

O Cade deverá avaliar se essa fusão acarretaria em monopólio ou se traria benefícios para o consumidor final, por meio de maior eficiência e preços competitivos. A decisão do Cade será crucial para determinar o futuro dessa negociação bilionária.

Valorização da Petz na Bolsa de Valores

Desde que a notícia da fusão começou a circular, as ações da Petz na B3 passaram a atrair ainda mais atenção de investidores. A expectativa é que a união das duas marcas gere um aumento significativo no valor de mercado da Petz, consolidando-a como líder absoluta do segmento pet no Brasil. 

Esse movimento pode abrir portas para novos recordes de valorização das ações, especialmente se a fusão for bem-sucedida e aprovada pelo Cade.

No entanto, como em qualquer negociação complexa, ainda é necessário cautela. A fusão, embora promissora, enfrenta obstáculos e incertezas que podem afetar tanto o desempenho das empresas quanto o valor das ações no curto prazo. Para os investidores, acompanhar de perto o desenrolar das negociações será essencial para aproveitar as oportunidades desse novo cenário.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.