Em um pronunciamento enfático nesta quinta-feira (22), Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), refutou as alegações de que suas recentes declarações sobre inflação e política monetária tenham colocado o BC em uma posição difícil em relação ao aumento da Selic. Contrariando especulações no mercado financeiro, Galípolo afirmou que a autarquia não está acuada, apesar das crescentes expectativas de uma elevação na taxa básica de juros.

Nos últimos dias, instituições financeiras têm projetado que o BC terá que elevar a Selic em pelo menos 25 pontos-base em setembro. Esta expectativa ganhou força devido às declarações recentes de Galípolo, que foram interpretadas como um sinal de uma postura mais rígida em relação à inflação. 

Durante um evento promovido pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Galípolo expressou sua discordância respeitosa com as interpretações do mercado que sugerem que o BC está em um “corner” — uma expressão usada para descrever uma situação difícil ou sem saída. Galípolo destacou que, embora a inflação fora da meta seja uma situação desconfortável, o aumento dos juros é uma medida rotineira e esperada dentro da gestão da política monetária do BC.

Galípolo também abordou a amplitude das ferramentas disponíveis ao BC para lidar com a inflação. Segundo o diretor, o Banco Central possui um conjunto robusto de instrumentos para ajustar a política monetária conforme necessário, incluindo a possibilidade de elevar a taxa de juros. Ele ressaltou que está satisfeito com a interpretação de suas mensagens recentes e buscou esclarecer que a independência da política monetária do BC não está comprometida.