O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o indicador oficial da inflação no país, apresentou uma desaceleração em janeiro, atingindo 0,42%, após ter registrado uma elevação de 0,56% em dezembro, conforme divulgado nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a taxa de inflação acumulada em 12 meses caiu de 4,62% para 4,51%.

Influências no IPCA de janeiro

O aumento registrado no primeiro mês do ano foi especialmente influenciado pelo crescimento de 1,38% no grupo de alimentação e bebidas, o qual detém o maior peso no indicador, representando 21,12%. Com esse resultado, os alimentos também exerceram o maior impacto sobre o índice do mês, contribuindo com 0,29 ponto percentual.

De acordo com André Almeida, gerente da pesquisa, o aumento nos preços dos alimentos está diretamente relacionado às condições climáticas, com temperaturas elevadas e chuvas intensas em diversas regiões produtoras do país. Almeida destaca que essa foi a maior alta para um mês de janeiro desde 2016, quando atingiu 2,28%.

Variações nos preços

Os preços dos alimentos para consumo em casa também apresentaram alta, com destaque para a cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%).

Por outro lado, os preços dos alimentos consumidos fora de casa desaceleraram, registrando uma alta de 0,25% em janeiro, ante 0,53% em dezembro. Este resultado foi impulsionado por aumentos menos intensos no preço do lanche (0,32%) e da refeição (0,17%).

Outros Setores

No segmento de transportes, o segundo grupo de maior peso no IPCA, houve uma deflação de 0,65% em janeiro. O destaque foi a queda de 15,22% nas passagens aéreas, após quatro meses consecutivos de alta, que acumularam um aumento de 82,03% nos últimos quatro meses de 2023.

No grupo de saúde e cuidados pessoais, houve um aumento de 0,83%, impulsionado principalmente pelos produtos de higiene pessoal (0,94%), perfume (1,46%), plano de saúde (0,76%) e produtos farmacêuticos (0,70%).

Quanto ao grupo de habitação, registrou-se um aumento de 0,25%, impulsionado pelos aumentos nos preços da taxa de água e esgoto (0,83%) e do gás encanado (0,22%), enquanto a energia elétrica residencial teve uma queda de 0,64%.

INPC

Por outro lado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou um aumento de 0,57% em janeiro, acima do registrado no mês anterior (0,55%), acumulando uma alta de 3,82% nos últimos 12 meses. Os produtos alimentícios foram os principais responsáveis por essa elevação, passando de 1,20% em dezembro para 1,51% em janeiro, enquanto os não alimentícios passaram de 0,35% para 0,27% no mesmo período. “O resultado do INPC ficou acima do IPCA devido ao maior peso que o grupo alimentação e bebidas tem nesse indicador”, explica André.