Representantes do setor imobiliário estimam que o mercado no Brasil deverá manter estabilidade ou apresentar um crescimento modesto em 2024 em comparação com o ano atual, revelando uma visão otimista impulsionada por indicadores econômicos favoráveis.

De acordo com Celso Petrucci, economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), o ambiente econômico robusto no país, marcado por juros em declínio, inflação controlada, baixo desemprego e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), cria um cenário propício para o setor imobiliário. A perspectiva de estabilidade se estende tanto para a cidade de São Paulo, epicentro de lançamentos e vendas, quanto para o mercado nacional.

As recentes alterações nas regras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) têm reanimado especialmente o segmento popular, previsto para liderar os lançamentos em 2024. Petrucci enfatiza: “Devemos ter um 2024 muito parecido com 2023, talvez um pouco melhor.” Esta análise contrasta com os anos anteriores, marcados por incertezas econômicas.

O presidente do Secovi-SP, Ely Werthein, destaca a resiliência do mercado imobiliário em 2023, apesar das turbulências econômicas no Brasil. Ele comenta que o desempenho superou as expectativas, com aumento de 8,7% nas vendas de imóveis residenciais novos em São Paulo nos últimos 12 meses até outubro.

Novas regras do Minha Casa Minha Vida impulsionam segmento popular

No cenário nacional, Renato Correa, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), expressa otimismo, prevendo avanços em 2024, especialmente após uma retomada gradual nos últimos meses. As mudanças no Minha Casa Minha Vida, em vigor desde julho, têm impulsionado a confiança dos empresários, levando à retomada de projetos e ao aumento na oferta de unidades habitacionais.

Flávio Amary, presidente local da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci), destaca a importância do segmento popular no próximo ano, salientando o comprometimento do governo federal em revitalizar o Minha Casa Minha Vida. Ele observa que vários estados, incluindo São Paulo, implementaram programas próprios para subsidiar a aquisição de moradias por pessoas de baixa renda.

Para o mercado de médio e alto padrão, Amary ressalta que o cenário de juros elevados pode resultar em um progresso mais lento, mas destaca a expectativa de uma redução nas taxas de crédito habitacional no segundo semestre de 2024, impulsionada pelo ciclo de redução da taxa Selic.

Petrucci conclui que, apesar das incertezas relacionadas aos saques na poupança, o financiamento via recursos desse fundo não é motivo de preocupação excessiva para 2024, mantendo uma perspectiva positiva para o mercado imobiliário brasileiro.